MANAUS – Atual superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Almir de Oliveira, é arquiteto e urbanista, formado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Antropologia na Amazônia e mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia, ambos pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Em Manaus, desde 1988, sempre atuou junto as questões do patrimônio histórico, sobretudo na pesquisa sobre patrimônio imaterial das culturas autóctones da Amazônia.Desde 1937, quando o IPHAN foi criado, até os dias de hoje, a noção de patrimônio cultural brasileiro foi bastante ampliada. Se na década de 1930, apenas os bens de pedra e cal eram considerados patrimônios, hoje os saberes, as expressões, as celebrações, os lugares, as paisagens, os sítios arqueológicos, além de outros tantos elementos, também podem ser reconhecidos como bens patrimoniais.“Em relação à esfera federal (Iphan), temos um rico acervo patrimonial reconhecido no Estado do Amazonas. Cinco bens materiais tombados: o Reservatório do Mocó, o Teatro Amazonas, o Mercado Adolpho Lisboa, o centro histórico de Manaus e o Encontro das Águas; com exceção do último, todos localizados na nossa capital. Três bens imateriais registrados: Ofício de Mestres e Roda de Capoeira, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro e a Cachoeira de Iauaretê (além de dois bens em processo de reconhecimento: o Complexo Cultural do Boi-bumbá do médio Amazonas e Parintins e o Ofício das Tacacazeiras da Região Norte). Em relação à arqueologia, temos cerca de 1000 sítios arqueológicos conhecidos, dentre os quais 340 já estão cadastrados”, aponta. A superintendência do IPHAN no Amazonas é responsável pela gestão das ações relativas a esse patrimônio.Segundos relatos postados no Blog do Carvalho, o bar não tem outro igual, tem-se a impressão de se estar diante de um bar, ou seria um armazém, ou então uma loja de materiais de construção. Antigamente vendia agulhas, linhas, botões, zíperes, ferramentas, material de limpeza, bilhas, potes, areia, tijolos, cimento, quinquilharias. Atualmente a direção do Bar do Carvalho é revezada entre dois dos 10 filhos do Carvalho, Ordep e Rausemberg. Apesar de o local ser conhecido com Bar do Carvalho, José Carvalho disse que o estabelecimento nunca teve nome, e só virou bar quando seus filhos começaram a tomar conta do negócio.
O BotecoNa esquina das ruas Barcelos e Castelo Branco, na alta Cachoeirinha, desde 1955 existe um boteco no formato meia-água. Inicialmente ele se chamou “Boteco da Zeza”, apelido de dona Maria José, mãe do escritor Marcileudo Barros. Depois, cada vez que um dos filhos de dona Zeza começava a gerenciar o boteco, ele passava a incorporar o apelido do sujeito: “Boteco do Mundico” (Raimundo Arnaldo), “Boteco do Kid Márcio” (Márcio Barros), “Boteco do Leudo Brasinha” (Marcileudo Barros) e, atualmente, “Boteco da Lió” (Leonor Barros). Era uma casa velha, coberta de palha, na esquina da Av. Waupés (hoje Av. Castelo Branco) com a Av. Barcelos, nº 2039. Um dia foi demolido a martelada, isto mesmo. Depois de retiradas algumas vigas de sustentação, um dos trabalhadores deu-lhe uma forte martelada à guisa de chamar os colegas para o início da demolição. Não foi preciso. Construíram o novo. Modelo meia-água, coberto com telhas.Permanece até hoje no mesmo local de sempre. O Boteco era o teatro onde se desenrolavam muitas peças com numerosos e variados tipos de atores. Era a escola onde se aprendia de tudo, desde curiosidades da História Universal, até como tirar o lixo da pá, mexendo só dois palitos.Bar da CarmosaPrimeira rua do bairro de Educandos a receber nome, Leopoldo Peres, foi aberta pelos próprios moradores em 1928. É onde funciona há 70 anos o Bar da Carmosa. Os moradores a conhecem muito bem, não existe uma pessoa que não seja do bairro do Educandos que não saiba quem é Maria do Carmo Oliveira. Maria é amazonense, conhecida como “Carmosa”. Pela contagem são quase 70 anos de atividades como comerciante iniciadas com o pai Manoel Bento, muito conhecido pelos antigos moradores da Cidade Alta, na década de 1950, como negociante de estivas em geral. Após a morte do pai, do tio e da mãe, a filha resolveu então mudar de ramo e abriu o famoso Bar da Carmosa, frequentado por pessoas de outros bairros, um ambiente simples e com um atendimento imediato.Bar do CiprianoTradicional Bar do Cipriano, na Av. Ferreira Pena, no Centro, orgulhosamente chamado pelos seus frequentadores de Confraria Bar do Ferrão, foi fundado em 1958 pelo comerciante Joaquim dos Santos Cipriano e atualmente é administrado pelo filho, Francisco França Cipriano, o “Patico”, de 69 anos de idade. Muitas personalidades do universo artístico, cultural e da comunicação de todas as partes do Brasil já honraram o espaço com suas visitas. É muito frequentado por empresários e boêmios da velha guarda de Manaus. Todas as sextas-feiras tem som ao vivo com os mais variados repertórios. Local também é muito conhecido em toda Manaus pela conservação de uma tradição católica: a malhação do Judas, onde anualmente são expostos, aos sábados de aleluia, dezenas de bonecos, como forma de crítica aos maus políticos brasileiros.
A malhação do Judas é uma tradição que acontece a mais de meio século, sob o comando do Bar do Cipriano e já faz parte das tradições culturais do Amazonas. Os bonecos ficam expostos, para em seguida serem malhados, apedrejados e queimados.

