Com a perseverança do treinador, durante 2015 ‘Danny’ topou se preparar para estrear nas competições pelo campeonato amazonense. Dividido por categorias, o fisiculturismo ainda não possuia a categoria referente ao físico de Danny. “São quatro tipos e aqui em Manaus não tinha, só em São Paulo, no brasileiro e nas internacionais. Aqui em Manaus eu subi no palco para pegar a experiência e perder o medo de ser julgada pela bancada”, lembrou.
Já no Campeonato Brasileiro, Danny contou que competiu em Brasília com outras mulheres do país inteiro e venceu o primeiro lugar. Automaticamente estava classificada para o mundial. “Fui para a Hungria participar do mundial e ganhei na minha categoria e todas as outras categorias femininas, o que chamam de campeã overall, com a possibilidade de se tornar profissional”, explicou.
Para 2016, a então estreante no profissional, no Porto Rico Pro, conquistou o quinto lugar. “Todos os finalistas das competições pela liga ‘Pro’ te credenciam a participar no Arnold Classic Pro, esse que fui agora. Pelo meu destaque em 2016, fui convidada a participar do Arnold, no circuito profissional. Desde ano passado me preparava para ele e foi a mais difícil porque normalmente são de três meses no máximo, mas o físico do profissional é muito diferente, então eu precisava melhorar muita coisa e optamos por uma preparação de nove meses”, revelou.
O resultado foi a vitória de Danny: “Inédito, esperado. A ficha ainda não caiu, porque as coisas acontecem pra mim de forma muito rápida. Eu estou em um lugar onde tem atletas no mundo que gostariam de estar, pessoas que estão trabalhando para isso há anos e eu, em dois anos, já consegui conquistar”. A atleta recebeu o troféu das mãos de Arnold Schwarzenegger e US$ 5 mil.
“Cada dia que passa eu tenho mais certeza que estou no caminho certo, que é isso que quero para a minha vida. Eu não consigo me ver fazendo outra coisa e a minha meta é viver do esporte, coisa que hoje ainda não consigo”, assegura.
Dificuldades
Segundo Daniely, as diferenças entre homem e mulher na competição já tiveram barreiras maiores, mas que atualmente as diferenças estão nas preparações físicas. “Tanto que a premiação no Pro é dividida em categorias. Eu recebi US$ 5 mil, enquanto na categoria mais pesada masculina, o prêmio é de US$ 70 mil. A dedicação pode ser a mesma, mas para eles eu acho que é muito mais difícil. O respeito é o mesmo, a admiração é a mesma lá fora [do país]. Mas o Brasil não enxerga com bons olhos o fisiculturismo. Ainda tem muito preconceito e existe a ignorância devido a falta de informação”, declarou.
E para as mulheres que admiram o esporte, mas ainda tem algum receio, Danny deixa uma dica: “A mulher pode ter uma vida não só voltada a competição, mas pode tentar tirar o bom que o esporte oferece, como a vida mais regrada, mais saudável, se cuidar e se amar. Independente de se preparar para competição, dar atenção ao que o seu corpo precisa, o reflexo é gigantesco e acho que vale a pena dar atenção a isso”.
O próximo desafio para Danny é Mr. Olympia, considerado o evento mais importante de fisiculturismo, previsto para acontecer em setembro em Las Vegas, no Estados Unidos.