Aeroporto de Manaus recebe primeira Exposição de Carros Antigos

Criados pelo homem há quase 250 anos, os carros fazem a imaginação de quem ama essas máquinas, girar a mais de mil, sejam eles novíssimos, saídos da fábrica, ou antigos, com algumas décadas de uso. Com relação ao segundo caso, o Clube do Carro Antigo do Amazonas resolveu atiçar essa imaginação, abrindo na última segunda-feira, (23), a ‘1ª Exposição de Carros Antigos’ no Aeroporto Eduardo Gomes. Antes da exposição atual, outra havia estacionado na Base Aérea de Manaus em 2016.

Apesar de o tema ser sempre o mesmo, basta poucas modificações no local disponível para que seja possível receber as máquinas, explica o presidente do Clube do Carro Antigo do Amazonas, Avelino Bulbol.

“Mais uma vez a exposição vai a um local voltado a aviação, mas sempre estamos abertos a convites. Basta entrar em contato conosco para reunirmos com os associados dos outros dois clubes e agendar a exposição”, completou.

Os outros dois clubes a que Avelino se referiu são os de dois ícones do automobilismo nacional, o Fusca Clube e o Opala Clube, que também participam da exposição no aeroporto com três modelos. “Os três clubes reúnem mais de 150 associados e estamos abertos a receber outros, desde que se enquadrem nas regras de nossos estatutos”, comenta.

Foto: Reprodução/Facebook
Segundo Bulbol, o objetivo dos clubes é formar uma legião de amigos que ame seus carros. “Os encontros dos associados acontecem todo terceiro domingo de cada mês entre as 18h e 21h. Como não temos um local fixo, cada reunião é decidida através das redes sociais. Nesse momento, além de nos reencontrarmos, aproveitamos para expor nossos veículos ao público”, contou.

O grupo está aumentando

O Clube do Carro Antigo do Amazonas existe há cinco anos, tem 35 associados e cerca de 55 carros sendo o mais antigo um Ford F1 1951. 

De acordo com Avelino, o grupo de interessados por carros antigos está aumentando em Manaus. “Na nossa mais recente reunião, acontecida no último domingo (22), realizada pelo Fusca Clube de Manaus, que comemorava seu primeiro ano de existência, compareceram uns 160 carros. Foi um recorde. E sei de associados que tem mais de um carro”, afirmou.
De acordo com o aficionado, não se deve confundir carro velho com carro antigo. “Carros velhos você vê aos montes, andando pelas ruas, já os antigos recebem toda a atenção dos donos para se manterem praticamente iguais a quando eram novos”, explicou. “Alguns exemplares nem vão às ruas, ficam guardados. Sei de pessoas aqui em Manaus, que possuem aqueles modelos antigos da Ford, dos anos 1920/1930, com rodas de madeira, mas você nunca os viu circulando pelas ruas da cidade, até porque numa única saída eles poderiam voltar todos danificados”, falou.

Na nova exposição, estão dispostos em vários pontos do aeroporto oito veículos (Opala, Chevette, Pampa, dois Fuscas, Gol GTS, Impala e Ford Landau). 

“Escolhemos veículos de décadas diferentes para trazer ao aeroporto uma mostra dos carros que passaram pelas ruas de Manaus. 

Todos estão bem conservados e demostram a relação afetiva que os proprietários têm com cada veículo”, disse Bulbol.

Trazer os carrões para mais próximo da população e quem sabe ganhar novos adeptos é uma das razões dos clubes, além de ofercer novas opções de diversão, disse o superintendente do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, Abibe Ferreira Júnior “Com esta exposição estamos oferecendo mais uma opção de passeio e lazer. E não é um evento só para os apaixonados por automóveis, mas também para toda a família”, destacou. 

Os carros em exposição

O Opala fabricado pela General Motors do Brasil, foi o primeiro automóvel de passeio fabricado pela montadora no país, tendo sido produzido de 1968 a 1992. O Opala foi apresentado ao público brasileiro no Salão do Automóvel de 1968. O Chevette também é da General Motors, lançado no Brasil em 1973 como um sedan de duas portas (fabricado até 1993) e mais tarde de quatro portas, que era uma versão feita principalmente para exportação, da qual poucos exemplares foram vendidos no mercado interno de 1978 a 1986. 

O Chevette também teve versões hatchback (de 1980 a 1987) e station wagon, esta chamada de Marajó (de 1980 a 1989), ambas com duas portas. Da mesma montadora a exposição traz um Impala, um sedan de grande porte construído pela divisão Chevrolet, da General Motors, introduzido no Brasil em 1958. 

O Volkswagen Sedan (Fusca) foi o primeiro automóvel fabricado pela alemã Volkswagen. Foi o carro mais vendido no mundo ultrapassando, em 1972, o recorde que pertencia até então ao Ford Modelo T. O último modelo do VW Sedan foi produzido no México, em 2003. Também da VW, o Gol surgiu a partir da necessidade de se criar um sucessor para o Fusca após a segunda metade dos anos 1970 para enfrentar outros veículos com projetos modernos como o Fiat 147 e o Chevette. De 1976, a expopsição traz o Landau, um carro grande e pesado da Ford, que em 1978 ganhou um volante de quatro raios, mais agradável ao toque, e vinha em cor única prata Continental metálico, com teto de vinil no mesmo tom. A produção deste modelo no Brasil chegou ao fim em 1983. Já a Pampa foi uma picape de pequeno porte também da Ford do Brasil fabricada entre 1982 e 1997. 

Essa camionete teve versões com cabine dupla, tração 4×4, Ghia ou S, GL ou L. Curiosamente foi a única picape pequena da história do Brasil a ter tração 4×4.

A famosa placa preta

Segundo a Federação Brasileira dos Veículos Antigos (FBVA), órgão criado em 1987 para regulamentar o antigomobilismo no país, para que um automóvel seja considerado antigo ele precisa ter, no mínimo, 30 anos para ganhar a placa preta. Pela legislação do  Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), se não tiver essa idade, não é considerado um carro antigo. Mas ele pode ser um veículo histórico e valer muito no mercado. Em 2014 a Volkswagen produziu 1.200 Kombi Last Edition, mas já tem um interesse especial para o colecionador. Ele só vai ter o status de carro antigo quando fizer 30 anos, mas já é um carro que muita gente comprou para guardar.

Mas não é só a idade que determina se um carro é antigo ou não. Segundo a legislação, além de 30 anos, o automóvel precisa manter pelo menos 80% de sua originalidade. Ou seja, se todo o interior do carro foi adaptado, ou a fiação e o motor originais foram trocados por de outros modelos, ele não passará na avaliação para garantir o Certificado de Originalidade. E esse certificado é necessário para conseguir a famosa placa preta.

A placa preta surgiu para isentar o carro antigo de algumas obrigatoriedades e preservar a tal originalidade. Um Ford 1929, hoje em dia, teria de ter itens como pisca-pisca, que surgiram décadas depois. O sistema elétrico deste carro não suportaria um pisca-pisca, então a placa preta desobriga o carro a ter todos os itens de segurança, assim como também o deixa isento das inspeções veiculares, para preservar a originalidade do carro. 
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