Quando “Segundo sol” estrear, no dia 14 de maio, substituindo “O outro lado do paraíso”, Emilio Dantas já vai ter virado praticamente um baiano. O ator está vivendo tão intensamente o protagonista Beto Falcão que o sotaque do personagem já virou seu.
— Tenho que trazê-lo comigo, sabe por quê? Noutro dia, fui gravar uma cena pequena e pensei que não precisava batalhar o sotaque. Só que para falar uma frase ficou difícil. Então, percebi que tenho que já chegar falando o baianês, para esquentar o motor, que é a álcool — brinca o carioca.
A dificuldade de se desvincular do sotaque fica ainda maior por conta da namorada, a curitibana Fabíula Nascimento, que também está na novela e com a pronúncia baiana bem afiada. — Chego em casa e Fabíula está estudando texto, falando baianês. Até meu cachorro, Chã de Dentro (que, no futuro, deve ganhar dois irmãos: Patinho e Lagarto), já está latindo em baianês, porque foi na viagem com a gente — diverte-se o ator, que passou um mês gravando na Bahia.
Cantor de axé na trama de João Emanuel Carneiro, Emilio conta que o gênero não passou despercebido em sua vida. — Todo mundo que frequentou um churrasco nos anos 90 ouviu axé. E vendo o documentário “Axé — O canto de um povo”, percebi que vivi mesmo essa época por conhecer as músicas — diz o ator, que foi convidado para o papel pelo próprio autor: — O que me fez aceitar foi João ter me ligado para falar desse papel e que a música estaria presente. Ele nem precisou falar muita coisa, não: “Tem um cantor de axé aqui”, disse João. “Eu quero!”, respondi.
Após o sucesso como o Rubinho de “A força do querer”, Emilio sabe que comparações podem surgir. Tranquilão, ele não se preocupa. Nem com o fato de viver seu primeiro protagonista no horário nobre: — Já começaram os memes no Twitter: “Olha lá, Rubinho no meio dos baianos”. Não me incomoda. As pessoas ainda estão com ele na cabeça. E eu procuro não pensar que sou o protagonista, senão vou pirar. Prefiro dedicar o tempo tentando dar mais qualidade ao trabalho.