“Será mais uma ponte. Mas, não fará diferença pra nós que gostamos de apreciar a fauna e a flora da Amazônia. Vamos continuar usando as catraias para ver as belezas naturais. Pois, elas fazem parte do nosso passeio turístico”, assegurou o gendarme Magnier Pascal, 49 anos, que mora em Caiena. A esposa dele, Magnier Delphine, 47 anos, fez coro com o marido e disse que se vier a Oiapoque pela ponte, não conseguirá ver animais como o bicho preguiça.
Szynkowiak, aliás, faz questão de enfatizar que a exuberância da Amazônia é que o fascina. “Isso nós não temos na França”, comentou o francês. Ele mora um pouco mais longe que o amigo, Magnier, numa região parisiense no Leste da França. Mas, sempre que pode vem passear no município de Oiapoque e, também, rever os amigos na cidade de Saint George. Entre as comidas preferidas do grupo de turistas está a feijoada e o churrasco, além de bebidas como a ‘caipirinha’.
Para Genival da Silva Campos, 43 anos, que administra junto com a irmã Lilma, 40 anos, a chácara onde os referidos turistas costumam se hospedar, o consumo de produtos e serviços no município é um ganho para os empreendedores locais. Natural de Oiapoque, Genival Campos é entusiasta da qualificação dos empresários oiapoquenses para que todos ofereçam qualidade no atendimento da clientela. Ainda mais agora, com a abertura da Ponte Binacional.
“Eu acredito que daqui pra frente Oiapoque só vai crescer. Mas, ainda falta os empresários acordarem e decidirem melhorar seus estabelecimentos. Penso que a abertura da ponte é uma porta da Europa que está se abrindo. É a Europa olhando para o Brasil e o Brasil olhando pra ela. Não podemos ficar parados sem fazer nada. Temos condições de vender muitos dos nossos produtos para os estrangeiros. E eles têm condições de comprar. O bom disso é que temos o mercado. Se temos o mercado, pra que ficarmos parados?”, questionou o empreendedor em tom de apelo para que este olhar seja de todos os segmentos que geram emprego e renda na cidade fronteiriça.
Só o estabelecimento dele injeta todo mês, uma média de R$ 180 mil, na economia de Oiapoque. Desse montante, R$ 10 mil é só para o pagamento de funcionários. Para chegar a este faturamento, Genival e a irmã buscaram qualificação nas entidades que apoiam o desenvolvimento dos negócios. “Eu e a Lilma fizemos o Empretec, que é um instrumento que nos dá o ‘caminho das pedras’. Gostaria que todos os empresários locais tivessem essa mesma busca por crescimento a partir do conhecimento”, sugeriu.