A Amazônia, com sua vasta biodiversidade e diversidade de paisagens, guarda não apenas segredos naturais, mas também preciosidades arquitetônicas que revelam a inventividade e a história do povo amazônida. Em meio à floresta, é possível encontrar verdadeiros tesouros históricos, que variam desde antigas construções pré-colombianas até cidades industriais abandonadas.
O Portal Amazônia encontrou três desses fascinantes locais: o “Stonehenge brasileiro” em Calçoene; a cidade histórica de Natividade; e a intrigante Fordlândia. Confira:
Stonehenge brasileiro
Vamos começar pelo Stonehenge brasileiro? Para começar, o que é o Stonehenge? Localizado na Inglaterra, no condado de Wiltshire, está o Stonehenge: uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras, que chegam a ter 5 metros de altura e a pesar quase 50 toneladas.
Pois bem. O Amapá possui a sua própria versão do Stonehenge. No Parque Arqueológico do Solstício existe 127 rochas com mais de 4 metros foram organizadas em formato circular em um raio de 30 metros intriga pesquisadores
O sítio arqueológico popularmente conhecido como ‘Stonehenge da Amazônia’, é um conjunto de grandes rochas de granito fincadas no solo em formato circular. Ao todo, 127 rochas com mais de 4 metros foram erguidas em um raio de 30 metros.
De acordo com as pesquisas, as pedras maciças foram organizadas por mãos humanas, às margens do igarapé Rego Grande, na área rural da cidade de Calçoene, a 374 km da capital, Macapá. As estruturas estão localizadas dentro do Parque Arqueológico do Solstício e o acesso é feito pelo ramal que liga a sede do município à Vila do Cunani, percorrendo cerca de 30 km.
A história e os motivos pela construção do megálito ainda são desconhecidas, os indícios encontrados por pesquisadores são de que ele foi construído por indígenas há cerca de 1000 anos antes de Cristo, para observação astronômica e rituais.
Natividade
O município de Natividade (distante a 200 quilômetros de Palmas) remonta às origens do Estado do Tocantins e ao ciclo do ouro, quando os bandeirantes enfrentaram a resistência dos indígenas Xavantes e ocuparam a Região Norte de Goiás, entre 1724 e 1734, dando origem ao primeiro povoamento do Estado.
As relações entre colonizadores, escravos, mineiros, sertanistas, missionários e criadores de gado resultaram no sítio histórico reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Nacional. O casario com cerca de 250 prédios coloniais e igrejas preservadas, entre ruas estreitas e muros de pedra construídos por escravos, guardam a memória do Tocantins.
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Fordlândia
O projeto nasceu de um sonho do empresário norte-americano Henry Ford em criar um cultivo racional de seringueiras na Amazônia, transformando-a na maior produtora de borracha natural do mundo. Ele surgiu através do empresário Henry Ford que comprou uma área de terras às margens do Rio Tapajós.
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o projeto ‘Fordlândia’ conseguiu a concessão do Estado do Pará, por meio do governador Dionísio Bentes, e aprovada pela Assembleia Legislativa em 20 de setembro de 1927.
O projeto teve início e uma estrutura nunca antes montada em toda a região foi dando vida à futura cidade modelo. Hospitais, escolas, casas no estilo americano, mercearias, portos próximos à praia foram construídos para abrigar as famílias de todos os empregados que estavam trabalhando no projeto.
Em cinco anos, o projeto ganhou dimensões incomuns para a região naquela época: campos de atletismo, lojas, prédios de recreação, clube de sinuca e cinema. De 1938 a 1940, Belterra viveu o seu período áureo e foi considerado o maior produtor individual de seringa do mundo.
No entanto, o final da segundo Guerra Mundial, a morte do filho de Henry Ford, a grande incidência de doenças nos seringais e, principalmente, a descoberta da borracha sintética na Malásia foram fulminantes para a decadência do projeto em Belterra.
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