Plataforma digital conecta pescadores a experiências de turismo de pesca esportiva na Amazônia

Projeto impulsionado pela FAS engloba 200 famílias de comunidades na RDS do Uatumã, com atividade que promete movimentar mais de R$ 1 milhão na região ainda em 2020.

Pescadores amadores e profissionais vão ganhar uma plataforma digital que facilita a comunicação com pousadas e experiências de pesca esportiva na região amazônica. É a Fisggar, modelo de negócio de impacto desenvolvido dentro da incubadora de negócios da Fundação Amazonas Sustentável (FAS). O projeto reúne 11 empreendimentos do turismo de pesca esportiva na Amazônia, que oferecerão pacotes e serviços para clientes do Brasil e do mundo. O lançamento será nesta quinta-feira, dia 5, às 19h (Manaus), durante webinar no canal do Youtube da FAS (tvfasamazonas).

Descrito como o ‘Airbnb da pesca esportiva’, a Fisggar é um marketplace onde pescadores poderão conhecer e reservar serviços turísticos voltados para essa atividade de lazer, como a pesca, a hospedagem, os ambientes naturais de uma região propícia para o desenvolvimento da atividade turística sustentável. O cliente poderá falar diretamente com o empreendedor por meio da plataforma.

Os empreendedores cadastrados na Fisggar são comunitários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, a 330 km de Manaus. São 200 famílias envolvidas na atividade turística nessa região, que atuam como guias de pesca, camareiras, cozinheiras, auxiliares do turismo, entre outros. Segundo o coordenador de Empreendedorismo da FAS, Wildney Mourão, o segmento na região teve o faturamento bruto de R$ 1,8 milhão em 2018 e de R$ 1,9 milhão em 2019, com previsão de faturamento de mais de R$ 1 milhão em 2020, mesmo com a pandemia do coronavírus. Isso demonstra o potencial econômico da atividade, diz o coordenador.

“Trata-se de um nicho turístico rentável e importante, no qual os turistas tendem a remunerar melhor para ter uma experiência de pesca esportiva completa na Amazônia. Um pescador paga em média de R$ 4 a R$ 5 mil para experimentar uma semana na RDS do Uatumã, por exemplo. É uma atividade que deixa boa rentabilidade com baixíssimo impacto ambiental, pois a pesca esportiva é para o lazer e recreação, e não para o consumo”, afirma Wildney.

A atividade do turismo de pesca esportiva sustentável do Uatumã acontece de setembro a dezembro. “A Fisggar é uma solução digital que acredita no propósito de gerar impacto positivo na Amazônia, melhorar a qualidade de vida das comunidades, agregar valor aos serviços turísticos e impulsionar o turismo na região”, resume o coordenador. 

Conexão

A ideia de conectar empreendedores amazônicos e amantes da pesca esportiva por meio de uma plataforma nasceu do empreendedor Marcelino Macedo, idealizador da Fisggar. A proposta é gerar um ambiente mais seguro para esse segmento, com transparência e segurança tanto para os empreendedores de turismo quanto para quem busca uma experiência diferenciada de pesca esportiva.

“Procuramos abraçar locais e parceiros que já estão juntos na causa do desenvolvimento sustentável na Amazônia. A pesca é mais que um esporte, é um lazer que te conecta com a natureza. Por ser um mercado em franca expansão na região, vimos a necessidade de contribuir para o desenvolvimento dessa atividade, num modelo de economia compartilhada que beneficia as comunidades ribeirinhas”, justifica Marcelino.

Para o empreendedor, a incubadora da FAS foi o local ideal para dar forma à ideia que o acompanhava há algum tempo. “Há várias incubadoras no Amazonas, mas nenhuma consegue ter a sinergia que a FAS nos permite ter. É um local que permite uma cocriação verdadeira, inédita, com a mesma visão de economia mista e desenvolvimento da Amazônia”, afirma Marcelino.

“A FAS ofereceu não só a infraestrutura, mas também a rede de parceiros do Uatumã, nos ajudando a encontrar caminhos para o desenvolvimento do projeto”, diz. 

Otimismo

Um dos empreendedores cadastrados na Fisggar é José Monteiro Ferreira, proprietário da pousada Mirante do Uatumã. O empreendimento existe há 5 anos na região, especializado em oferecer experiências de ecoturismo. José chega a empregar 24 pessoas durante a alta temporada, e a pousada representa 90% da renda da família. Em 2020, o faturamento ficou em R$277 mil.

“Essa atividade é um sonho para mim e para minha família. Decidimos investir nessa atividade porque acreditamos muito no potencial que a nossa região oferece, tanto para a prática da pesca esportiva como para o ecoturismo, e daí é também uma oportunidade de desenvolver a nossa comunidade”, afirma José.

As expectativas com o lançamento da Fisggar são as melhores. “A plataforma com certeza colocará nosso produto em outro patamar. Temos plena convicção que depois que a Fisggar estiver lançada, os nossos empreendimentos não serão mais os mesmos. Temos muita confiança nessa parceria”, finaliza.

A FAS tem parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Fundo Amazônia/BNDES e Accor Hotels. Para conhecer mais, acesse fisggar.com. 

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