Tesouro andino e amazônico: quais atrações de Huánuco são ideais para visitar em julho?

Destino turístico peruano cativa pela sua geografia e biodiversidade excepcionais aliadas a uma genuína riqueza cultural.

Foto: Reprodução/Agência Andina

A confluência das geografias andina e amazônica faz do departamento de Huánuco, no Peru, um dos locais em que os sentidos são constantemente encantados por paisagens espetaculares e oníricas. Esses cenários naturais são complementados por importantes sítios arqueológicos, monumentos históricos e tradições e costumes herdados de uma herança ancestral e mestiça. Pensando nisso, quais são as atrações ideais para visitar em julho?

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O ponto de partida para visitar este encantador destino é sua capital, Huánuco. Fundada em 15 de agosto de 1539 como “A mui nobre e leal Cidade dos Cavaleiros de León de Huánuco“, esta cidade, onde convergem as geografias andina e amazônica, possui um clima quente na maior parte do ano e está localizada às margens do Rio Huallaga, a 1.894 metros acima do nível do mar, e cercada por belas paisagens naturais.

É também o berço da tradicional e emblemática dança Los Negritos de Huánuco, protagonista do Natal mais longo do mundo e declarada Patrimônio Cultural da Nação.

Atrações turísticas de Huánuco

Campo de desfile

Entre as principais atrações turísticas que esta metrópole oferece estão lugares como a Plaza de Armas, construída durante o período republicano em 1845 e com uma escultura do artista italiano Pedro Caretti em seu centro.

O artista utilizou uma pedra de granito de 4 metros de altura para o acabamento, que em tempos pré-hispânicos era um objeto de culto para os antigos habitantes da região. A praça é adornada com ficus e jacarandás.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Catedral

A antiga Catedral foi construída em 1618 e foi reconstruída diversas vezes, a mais recente na década de 1970. Localizada no lado norte da Plaza de Armas, o edifício atual, em estilo moderno e funcional, foi projetado pelo arquiteto alemão Kuno, um projeto único no mundo. A construção apresenta duas torres que simbolizam duas mãos em oração.

Em seu interior, abriga a imagem do Senhor de Burgos, uma escultura de madeira em peça única, muito venerada pelos fiéis de Huánuco. Também abriga relíquias do século XVIII, como a casula que pertenceu a São Toribio de Mogrovejo e o báculo de Monsenhor Teodoro del Valle, entre outras.

Você também pode ver o acervo de pinturas da Escola Cusco. Os exemplos mais impressionantes dessas pinturas são “A Virgem do Rosário”, “Santa Rosa de Lima”, também conhecida como “As Bodas de Santa Rosa”, e “A Virgem de Guadalupe”, presentes de Frei José Mujica. Também dignas de nota por sua beleza singular são as esculturas do Apóstolo João e da Virgem das Dores.

Igreja de São Francisco

Foto: Reprodução/Agência Andina

A igreja foi construída em 1560 por frades franciscanos. Esta é a segunda igreja construída na cidade, anexa a um convento originalmente dedicado ao seu padroeiro, São Bernardino. O fundador do convento é desconhecido, mas documentos contemporâneos comprovam que a igreja foi reconstruída pelo padre Andrés Corzo. Sua arquitetura atual é neoclássica, mas a decoração dos altares dourados é barroca, com uma série de motivos contribuídos por artistas regionais.

Igreja de São Sebastião

A Igreja de São Sebastião foi construída no início do século XVII pelo Irmão Diego de las Casas, segundo relatos não confirmados. A igreja está localizada perto das pontes Tingo e San Sebastián. A igreja apresenta um projeto arquitetônico colonial e abriga a única escultura do mundo representando a imagem de “São Sebastião” com manchas de varíola no corpo. A este santo é atribuído um milagre para o filho do sapateiro Antonio Pantoja, uma das vítimas de uma terrível epidemia de varíola que assolou a cidade.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Ponte Calicanto

Localizada nos arredores da cidade, esta é uma obra de arte do século XIX que atravessa o Rio Huallaga. Esta ponte liga as cidades de Huánuco e Tingo María e fica a quinze minutos do centro de Huánuco.

A ponte foi construída usando pedra “boulder” unida com uma mistura de cal, areia e clara de ovo,
de onde deriva seu nome. Tem 60 metros de comprimento e consiste em duas colunas que terminam em varandas semicirculares.

O local marca a execução dos heróis Huánucos que se rebelaram contra o domínio espanhol em 1812, bem como a proclamação da Independência perante todas as outras cidades do Peru, em 15 de julho de 1820.

Kotosh ou Templo das Mãos Cruzadas

Localizado a apenas 5 quilômetros a oeste da cidade de Huánuco, encontra-se o templo Kotosh, que remonta ao período pré-cerâmico ou arcaico tardio (11.000 – 6.600 a.C.). Sua descoberta ocorreu no início da década de 1960, em um estudo realizado por arqueólogos japoneses, liderados por Seiichi Izumi, que conseguiram constatar que, sob um edifício chamado “Los Nichitos”, foi encontrado o que hoje é conhecido como “O Templo das Mãos Cruzadas”, assim chamado porque em uma de suas paredes foram encontradas duas esculturas representando um par de mãos cruzadas.

Kotosh era composto por uma cadeia de três templos semelhantes, erguidos sobre plataformas construídas e apoiados na encosta. Em um caso, a mão direita era colocada sobre a esquerda e, em outro, a mão esquerda sobre a direita, razão pela qual se acredita que esteja relacionado a alguma ideia de dualidade presente na visão de mundo dos antigos peruanos desta região do país.

Casa de Micaela Villegas, “La Perricholi”

Localizada a 19 quilômetros da cidade de Huánuco, a uma altitude de 2.000 metros acima do nível do mar, é o local de nascimento de Micaela Villegas, conhecida como La Perricholi. Este lugar é uma das atrações mais famosas da região.

Foto: Reprodução/Agência Andina

A casa é uma construção de adobe em uma encosta íngreme, de onde se avista a vila de Tomayquichua. Datada de 1739, a casa contém um pequeno guarda-roupa no quarto principal, móveis de época, uma réplica da cozinha, uma carruagem reconstruída e jardins cuidados.

O trecho entre Huánuco e Tomayquichua é uma área rural com uma grande variedade de opções de lazer e restaurantes rurais que servem culinária regional, como lonchecito huanuqueño (um sanduíche típico do estilo Huánuco), chicharrón con mote (um típico torresmo com mote), pachamanca e tamales.

Complexo arqueológico de Huánuco-Pampa

Localizado a 134 quilômetros de Huánuco, na província de Dos de Mayo, este é um centro administrativo inca onde se pode ver o traçado de uma cidade inca, com suas casas, ruas e edifícios. Há várias décadas, tem sido o cenário escolhido para a comemoração do Festival do Sol em Huánuco.

Foto: Reprodução/Agência Andina

No lado leste desta cidadela, você pode ver a construção mais refinada conhecida como Inca Wasi, que aparentemente era a residência dos incas. Perto dali fica o Banho Inca, com uma longa plataforma em forma de terraço com nichos embutidos.

Cordilheira Huayhuash

Localizado na divisa das regiões de Huánuco e Áncash, é composto por diversas montanhas alpinas e himalaias cobertas de neve. Os picos mais importantes e desafiadores são Siula (6.536 metros acima do nível do mar), Sarapo (6.143 metros acima do nível do mar) e Randoy (5.883 metros acima do nível do mar).

Complexo arqueológico de Yarowilca

Localizado a 73 quilômetros da cidade de Huánuco, este é um dos sítios arqueológicos mais importantes da região do Alto Marañón. Possivelmente, foi a sede política e administrativa dos Yaros ou Yarowilcas e é considerado um dos assentamentos mais organizados e densamente povoados do período pré-incaico. Possui uma série de complexos residenciais, administrativos, religiosos e de defesa.

Monte Potrero-Umari

Esta reserva natural está localizada no distrito de Umari, província de Pachitea, a duas horas de carro da cidade de Huánuco. Em seguida, faça outra caminhada de duas horas para apreciar as diversas altitudes encontradas em seus 825 hectares.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Este paraíso abriga uma grande variedade de flora e fauna e conta com um centro de resgate projetado para acolher animais selvagens feridos ou abandonados, permitindo sua devolução à natureza. Abriga também o Centro de Interpretação da Biodiversidade e do Artesanato, um espaço que oferece amplas informações sobre as riquezas naturais e culturais deste ecossistema.

A comunidade e as autoridades locais estão fazendo um trabalho louvável para conservar e preservar esta área natural, que permite o ecoturismo e o turismo experiencial.

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Tingo Maria

Fundada em 15 de outubro de 1938, a cidade de Tingo María experimentou um significativo crescimento populacional e desenvolvimento econômico em oito décadas, tornando-se a segunda cidade mais importante do departamento de Huánuco.

Localizado no coração da selva alta, na área do Alto Huallaga, Tingo María possui um ambiente repleto de beleza cênica, enorme biodiversidade e recursos naturais, além de cultura ancestral amazônica e uma gastronomia deliciosa que o tornam um destino cativante desde o primeiro momento, motivando você a retornar mais de uma vez.

O apelido “Cidade da Bela Adormecida” se refere ao fato de ser cercada por uma cadeia de montanhas cobertas de vegetação, formando uma grande silhueta de uma mulher reclinada olhando para o céu azul que cobre esta parte do Peru.

Atrações turísticas de Tingo María

Campo de desfile

É o ponto central das atividades oficiais da cidade de Tingo María e o ponto de partida para diversas atrações turísticas da província de Leôncio Prado. Destaca-se por sua estrutura arquitetônica moderna, com um arco no centro representando a porta de entrada para a Amazônia peruana.

É adornado com árvores de diversas espécies amazônicas, incluindo palmeiras. Ao seu redor estão o Palácio Municipal e a Igreja de Santa Teresita del Niño Jesús, a principal igreja da cidade.

Da Plaza de Armas começa a Alameda Perú, adornada com árvores altas, que leva à emblemática Plaza El Colono e ao oval onde se ergue uma estátua em homenagem ao Coronel Leoncio Prado Gutiérrez, herói da Guerra do Pacífico e que dá nome à província.

Parque Nacional Tingo María

Foto: Reprodução/Agência Andina

Localizada a 12 horas de Lima, esta área protegida abriga a cadeia de montanhas conhecida como Bela Adormecida, que lembra a silhueta de uma jovem donzela descansando enquanto olha para o céu.

Este destino impressionante convida a explorar sua vegetação e seu complexo sistema de cavernas subterrâneas, sendo a mais famosa a Cueva de las Lechuzas (Caverna da Coruja ), habitada principalmente por morcegos e aves-do-petróleo, uma das principais atrações do Parque Nacional Tingo María.

Esta área natural protegida também ostenta uma rica biodiversidade, sendo o galo-da-serra, a ave emblemática da Amazônia peruana, um exemplo notável de sua fauna.

Leia também: Galo-das-rochas-peruano: conheça a encantadora ave nacional do Peru

Foto: Reprodução/Agência Andina

Ao longo do caminho, ficaremos deslumbrados com as enigmáticas formações rochosas, cavernas, galerias e vários riachos de água doce em caminhadas relaxantes sob um céu tropical intensamente azul e o verde cativante das florestas amazônicas.

Caverna das Corujas

Trata-se de uma caverna gigantesca localizada a sudoeste da cidade de Tingo María, em um trecho íngreme do Cerro Bella Durmiente, a 673 metros acima do nível do mar. A entrada é uma abertura geológica de 20 metros de altura por 25 metros de largura, dimensões que aumentam no interior, com uma profundidade total de mais de 170 metros. O interior da caverna é feito de calcário, que, devido à ação da umidade e do vento, gerou inúmeras estalactites que emergem da abóbada, como estalagmites que se projetam do chão.

A primeira seção contém vegetação proveniente da germinação de sementes deixadas por animais selvagens voadores, como corujas, aves-do-petróleo e morcegos, que habitam este local impressionante. Esta atração turística apresenta degraus de pedra esculpida com corrimãos que permitem o acesso à caverna. O acesso a pé é fácil até a segunda seção e, de lá, apenas pessoas treinadas e com os equipamentos de segurança adequados podem continuar o passeio.

Cachoeira Gloriapata

Está localizada a 13 quilômetros da cidade de Tingo María, na margem direita do Parque Nacional Tingo María. O acesso a esta cachoeira é feito pela ponte suspensa Tambillo Grande e, após atravessá-la, é preciso caminhar por cerca de 45 minutos. Ao chegar, a imponente torrente de águas cristalinas que desliza por uma encosta rochosa até a enorme piscina verde-esmeralda convida a um mergulho refrescante e revigorante.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Ao longo do caminho, você pode apreciar a abundante beleza cênica com vegetação exuberante, incluindo árvores, plantas medicinais, orquídeas e a vida selvagem, com uma variedade de borboletas e outros insetos.

Spa de água medicinal

Quatro quilômetros a sudeste da cidade de Tingo María, na comunidade de Jacintillo e a apenas 20 metros da estrada asfaltada Tingo María-Monzón, fica este lugar encantador conhecido por suas águas medicinais que vêm do monte Coto Mono.

A grande piscina natural que se forma seduz não só pela sua beleza cênica, mas também pelas propriedades atribuídas às águas que recebe, com sua alta concentração de enxofre, para aliviar males da pele e do aparelho digestivo.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Mirante Jacintillo

Mirante localizado no morro de Jacintillo, com uma altitude de 772 metros sobre o nível do mar, e que permite ter uma vista panorâmica da cidade de Tingo María com o fundo da Cordilheira Azul que forma a imagem da “bela adormecida” e também apreciar a esplêndida beleza cênica do vale do Alto Huallaga.

O acesso a este mirante natural, que conta com barracas que vendem artesanato tradicional, é feito por uma estrada de terra a partir de um desvio da rodovia Tingo María-Monzón.

Cachoeira Santa Carmen

Localizada a quase 8 quilômetros a sudeste da cidade de Tingo María, no município de Santa Carmen, a uma altitude de 830 metros acima do nível do mar, esta cachoeira de águas cristalinas desce de uma profundidade de aproximadamente 30 metros.

Ao longo de seu caminho, encontra um planalto rochoso que forma uma piscina de onde descem duas cachoeiras separadas, alimentando uma grande piscina verde-esmeralda na qual os banhistas podem mergulhar.

Lagoa dos Milagres

Está localizado na cidade de Pendencia, em um desvio da rodovia Tingo María-Aucayacu. Para chegar lá, é preciso caminhar por 15 minutos por uma trilha de fácil acesso. No caminho, saindo da cidade de Tingo María, você pode visitar as cidades de Naranjillo, Santa Rosa de Shapajilla e Tulumayo, lar de grupos étnicos amazônicos.

Este cativante corpo d’água cobre uma área de 40.000 metros quadrados e seu nome advém das propriedades místicas que lhe são atribuídas, devido à presença da planta Huairuro, símbolo de boa sorte, e por ser visitada por xamãs e curandeiros amazônicos. A pesca esportiva também é praticada nesta lagoa, pois abriga uma abundância de peixes como tilápia, huasaco e carpa, entre outros.

Mirante La Cruz-São Francisco

Foto: Reprodução/Agência Andina

Está localizado na cidade de Tingo María, em uma colina de cerca de 150 metros de altura e de fácil acesso. No topo da colina, que forma um planalto, ergue-se a efígie de uma grande cruz branca. De lá, você tem uma vista panorâmica da cidade de Tingo María e, especialmente, da cordilheira que forma a silhueta da Bela Adormecida, convidando você a capturar o momento em fotos e vídeos.

Esta plataforma de observação recentemente restaurada conta com bancos, grades de segurança e grandes letras de concreto pintadas de branco formando a palavra “Tingo María”.

Outras atrações de interesse

Além desses locais, Tingo María oferece outras atrações que podem ser visitadas, respeitando os respectivos protocolos de saúde. Entre elas, estão as cachoeiras San Miguel, Neptuno e Ugarteche, a cachoeira Velo de las Ninfas, o balneário Cueva de las Pavas e a cachoeira Sol Naciente, entre outras.

Como chegar a Huánuco?

Para ir de Lima a Huánuco, os visitantes podem escolher entre carro, ônibus ou avião. A viagem de avião até a cidade geralmente leva cerca de uma hora e chega ao Aeroporto Alférez FAP David Figueroa Fernandini, enquanto a viagem de ônibus leva cerca de oito horas.

Como chegar a Tingo María?

Por via terrestre, percorrendo uma rodovia totalmente pavimentada de Lima a Tingo María , com aproximadamente 550 quilômetros de extensão. O tempo médio de viagem é de 10 a 12 horas. O percurso passa por Matucana, San Mateo, Ticlio, La Oroya, Pampas de Junín, Carhuamayo, Cerro Pasco e Huánuco até chegar a Tingo María.

Por via aérea, a cidade de Tingo María é atendida pelo Aeroporto José O. Saavedra Cango, administrado pela Corpac SA. Você pode viajar de qualquer lugar do Peru diretamente ou com escalas. Há voos diários. É acessado por via fluvial através dos rios Huallaga e Monzón.

*Com informações da Agência Andina

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