Expedições às Serras Guerreiras de Tapuruquara unem turismo e vivências na Amazônia indígena

Guiados por lideranças indígenas, os roteiros das expedições oferecem uma imersão nos saberes, paisagens e histórias do Médio Rio Negro.

Expedições começam com o início do verão. Foto: Benjamin Mast/La Mochila Produções/ISA

Quando as chuvas intensas no noroeste da Amazônia começam a diminuir, é sinal que o verão vem logo ali. As águas do Rio Negro começam a baixar e a paisagem passa a ganhar um contorno branco das praias de areia fina em contraste com as águas escuras e o verde intenso das árvores.

É chegada a hora da temporada de expedições do projeto de turismo de base comunitária Serras Guerreiras de Tapuruquara, que proporciona aos visitantes uma imersão no território, cultura e saberes dos povos indígenas do Rio Negro.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

Serras Guerreiras de Tapuruquara: terras sagradas

As Serras Guerreiras de Tapuruquara — Iwitera Maramuywera Tapuruquara Suiwara, na língua geral Nheengatu — são sagradas para os povos indígenas da região. Contam os antigos que elas eram um grupo de guerreiros que desceu da Colômbia para travar uma batalha contra a serra localizada do outro lado do rio. Amanheceu o dia, os guerreiros viraram pedra e ali estão até hoje.

Elas estão localizadas nas Terras Indígenas Médio Rio Negro I e Médio Rio Negro II, no município de Santa Isabel do Rio Negro (AM). Uma área estratégica, onde parte do território se sobrepõe ao Parque Nacional do Pico da Neblina.

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Expedições às Serras Guerreiras de Tapuruquara
Foto: Benjamin Mast/La Mochila Produções/ISA

Desde a primeira expedição, em 2017, o projeto vem contribuindo para a geração de renda e autonomia de mais de 200 famílias e para o fortalecimento da organização coletiva frente às ameaças que cercam o território, como a mineração, a pesca predatória, o desmatamento e outras atividades ilegais.

Nas expedições, os visitantes são conduzidos por guias indígenas em dois roteiros imersivos desenvolvidos por eles mesmos: o Maniaka e Iwitera. Ambas oferecem experiências de vivência cultural, como festas, danças e rituais, além do contato com saberes tradicionais e paisagens naturais da floresta amazônica.

A diferença entre eles é que um, o Iwitera, é mais focado no ecoturismo, com maior intensidade de trilhas na floresta, remadas nos rios e igapós e incursão às serra sagradas. Já o Maniaka proporciona uma imersão no etnoturismo, com uma vivência mais intensa no dia a dia das comunidades e seus modos de vida, e que inclui visita ao sistema agrícola tradicional, contação de histórias com os sabedores mais velhos e a experimentação da produção de artesanatos tradicionais, como cerâmica e cestarias.

Expedições

As expedições partem de Manaus e os pacotes incluem transporte de barco até as comunidades, alimentação e todas as atividades previstas nos roteiros. Para saber mais sobre cada um deles, acesse o site do projeto: www.serrasdetapuruquara.org.br.

As vagas são limitadas e, para garantir a sua, entre em contato com a Poranduba, operadora parceira do projeto.

Próximas datas:

2025

Roteiro Maniaka – 18 a 25 de outubro
Roteiro Iwitera – 15 a 22 de novembro (confirmado)

2026

Roteiro Iwitera – 24 de janeiro a 03 de fevereiro

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo ISA

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