Espaço São José Liberto: conheça o local que é referência cultural e patrimônio arquitetônico de Belém

O prédio abrigou, ao longo de mais de dois séculos de existência, olaria, quartel, depósito de pólvora, hospital e presídio.

Inaugurado em 11 de outubro de 2002, o Espaço São José Liberto é uma referência cultural, turística, comercial e do patrimônio arquitetônico de Belém (PA). O prédio principal data de 1749 e foi erguido pelos frades capuchos de Nossa Senhora da Piedade para ser o Convento de São José. Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, o prédio abrigou, ao longo de mais de dois séculos de existência, olaria, quartel, depósito de pólvora, hospital e presídio. Na segunda metade do século XX foi ampliado, ganhando mais um prédio, anexo à primeira construção, feita em pedra, areia de praia e grude de peixe.

Foram mais de 100 anos como local de privação da liberdade, tanto para presos de justiça como para presos políticos. Desativado pelo governo do Estado no final dos anos 1980, o prédio foi totalmente restaurado e “renasceu” como Espaço São José Liberto, abrigando o Museu de Gemas do Pará, o Polo Joalheiro e a Casa do Artesão.

Espaço São José Liberto é importante para a cultura paraense. Foto: Divulgação/ESJL

No novo espaço, a Capela se destaca com seu Cristo suspenso, as paredes originais de pedra e a pintura de estrelas no teto. Espaço dedicado a celebrações religiosas, a Capela também é palco de apresentações de música erudita e instrumental, saraus literários, lançamentos de livros e outros eventos artísticos.

O local é administrado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), Organização Social (OS) qualificada pelo Governo do Estado do Pará em maio de 2007. A OS mantém, desde abril de 2012, vínculo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), e também é responsável pela gestão do Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas e Metais Preciosos do Estado do Pará, mantido pelo governo estadual, promovendo ações de qualificação para designers, ourives, lapidários, artesãos e produtores de embalagens artesanais, além de capacitar os profissionais vinculados ao Polo Joalheiro em áreas como comercialização e conquista de novos mercados para a joia paraense. 

O que encontrar no ESJL?

Capela São José 

Devidamente restaurada, celebra missas organizadas pela comunidade do entorno do prédio, conforme suas memórias. No campo cultural promove concertos didáticos, apresentações de músicos concluintes do curso de música da Escola de Música da Universidade Federal do Pará, shows musicais, lançamentos de livros e apresentação de música instrumental.

Foto: Divulgação/ESJL

Museu de Gemas do Estado do Pará 

Funciona sob a gestão articulada entre a SECULT/Sistema de Museus/SEDEME/IGAMA. Expõe em cinco salas um acervo com mais de quatro mil peças, reproduzindo uma breve incursão sobre a riqueza mineral existente no imenso território paraense, acolhe turistas nacionais e internacionais e promove visitas monitoradas com fins de educação patrimonial.

Foto: Divulgação/ESJL

Memorial da Cela ‘Cinzeiro’ 

Apresenta ao público visitante a memória do tempo do presídio, objetos usados pelos detentos e um pequeno dicionário de gírias e outras expressões do vocabulário das casas penais.

Foto: Divulgação/ESJL

Jardim da Liberdade 

Com seus cristais, quartzos, ametistas e citrinos a céu aberto harmonizados em formato de mandala com plantas e uma bela fonte de agua é considerado um museu de gemas aberto, único no Brasil.

Foto: Divulgação/ESJL

Anfiteatro Coliseu das Artes 

Tem capacidade para 600 pessoas sentadas. Esta arena cultural também funciona para a promoção de eventos com vistas a gerar recursos para o Polo Joalheiro, bem como, é palco de programações culturais de teatro, dança, música, mágicas, grupos folclóricos, desfiles de joias e moda, lazer para as crianças de um a sete anos acompanhadas. No entorno do anfiteatro encontra-se a instalação artística “Rio em Vertical” que representa a cultura ribeirinha amazônica dos autores Emanuel Franco e Paulo Chaves.

Foto: Divulgação/ESJL

Ourivesarias e Gemas 

Trata-se de unidades comerciais para a promoção e vendas de joias do Programa Polo Joalheiro/PA, sendo uma ilha de comercialização de gemas lapidadas e uma ilha de ourivesaria que presta serviços de encomendas e restauros, quatro lojas que funcionam em regime de compartilhamento atendendo 11 empresas, uma representa a loja incubadora de negócios do Programa Polo Joalheiro/PA – Loja UNA e uma comercializa joias antigas.

Ao todo são 12 unidades comerciais (UC) compartilhadas em quatro espaços de loja nas antigas celas e uma não compartilhada, que funcionam em regime de termo de permissão de uso, gerenciadas por empresas formais, participantes do Programa Polo Joalheiros do Pará, que geram recursos próprios para a manutenção das ações do programa. Destaca-se dentre as seis lojas existentes, uma UC para incubação de negócios gerenciada pela Organização Social (OS) gestora do ESJL que atende os empreendedores formais e informais do Programa.

Foto: Divulgação/ESJL

Espaço Moda 

Foi inaugurado no dia 06/10/2016 com a finalidade de processar a comercialização de produtos de moda, gerados por empresas formais e empreendedores informais, cadastrados no Arranjo Produtivo Local (APL) de Moda, Design e Indústria da Confecção – Polo Metrópole, a instalação desta UC decorreu do Plano de Desenvolvimento (2015/2016) do APL acima mencionado e conta com a parceria do SEBRAE/SEDEME/NEAPL/PA.

Foto: Divulgação/ESJL

Casa do Artesão 

É um espaço de divulgação e comercialização do artesanato paraense com representação da produção de todas as microrregiões do estado do Pará, compreendendo o atendimento de 43 municípios. Expõe diariamente para promoção produtos de artesanato que tem matéria prima natural de origem: animal, vegetal e mineral.

Os produtos comercializados nesta UC seguem as orientações do Programa Brasileiro de Artesanato (MDIC) e atende as seguintes classificações de artesanato: indígena, de reciclagem, tradicional, de referência cultural e o contemporâneo conceitual. Outro aspecto considerado é a funcionalidade do artesanato, neste sentido são comercializados os produtos de acordo com o seu uso e destino à saber: adornos ou acessórios/adereços, decorativo, educativos, lúdico, religioso, místico, utilitário, profano e lembranças/souvenirs.

Foto: Divulgação/ESJL

 A Casa do Artesão também comercializa produtos de outros setores criativos como: publicações e mídias impressas, livros, DVDs e CDs de autores paraenses, artes visuais como, pintura em tela e papel de autores que promovem a cultura amazônica, sob a classificação de alimentação típica, promovendo a cultura alimentar amazônica por meio dos produtos: farinha d’agua e de tapioca, chocolates, bombons de cupuaçu, castanha, bacuri e açaí, chocolate com leite de búfalo, cachaça com jambu, cacau em pó e licores de frutas típicas. 

Esta iniciativa contribui para o fortalecimento da cultura alimentar amazônica por meio da valorização de micro e pequenas empresas que produzem alimentos típicos do estado do Pará. Vale ressaltar que todos os produtos de alimentação típica são certificados pelo Ministério da Agricultura, IMETRO e ANVISA.

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