A exuberante cidade das mangueiras é um prato cheio para quem gosta de história.
O centro histórico de Belém, no Pará, é um passeio pelo passado cultural do Brasil. Para começar um passeio turístico na cidade é preciso visitar a Rua Siqueira Mendes, localizada na Cidade Velha. O local é considerado o primeiro logradouro na antiga vila. A rua passa ainda pelos bairros Ponta Grossa e Cruzeiro.
O Forte
Um passeio pela Cidade Velha de Belém também vale a pena, o bairro possui construções que resistem ao tempo e mostram a beleza arquitetônica da Belle Époque. Ao lado da Rua Siqueira Mendes está o Forte do Castelo, conhecido também de Presépio, um marco da fundação de Belém. A obra foi erguida no século XVII e no início era de madeira. O nome Forte do Presépio se deu em alusão à partida da Frota de Castelo Branco do Maranhão em 25 de dezembro de 1615.
No local, o turista pode ir no Museu do Forte do Castelo de São Jorge, que conta com uma infinidade de fragmentos e artefatos históricos. O Forte do Presépio é muito frequentado por fotógrafos e produtores audiovisuais que aproveitam para registrar sua beleza. A visitação no Forte do Presépio acontece de terça a sexta, das 10h às 16h, e no sábado e domingo, das 9h às 13h. Informações por meio do telefone (91) 4009-8826.
Casarão
O complexo Feliz Lusitânia, como é chamado, abriga um conjunto arquitetônico dos séculos XVII e XVIII, com destaque para a Casa das Onze Janelas. Antiga residência de um senhor de engenho, o local recebe exposições temporárias e mantém um acervo com obras de artistas como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Lasar Segall.
Cada uma das onze janelas oferece vista para um belo atrativo natural, como jardins, a Baía do Guajará e o Mercado de Ver-o-Peso. Vale destacar também o restaurante “Boteco das Onze”, que atrai os turistas que visitam o local por ser um dos mais qualificados de Belém.
Em 1768, a casa foi adquirida pelo governo do Estado para abrigar o Hospital Real, que funcionou ali até 1870. O horário de visitação é de terça a domingo, das 10h às 16h e feriados, das 9h às 13h.
Mercadão
O lugar ideal para conhecer os sabores de Belém é o Mercado de Ver-o-Peso. O espaço foi inaugurado em 1625 no antigo Porto do Pirí, a Casa de ‘Haver o Peso’, que inicialmente era apenas um posto de aferição de mercadorias e arrecadação de impostos, viria a constituir um grande mercado aberto. O conjunto arquitetônico e paisagístico foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1977.
Ao longo do tempo sofreu diversas modificações, inclusive para se adaptar à necessidade e gostos da Belle Époque, período de cultura cosmopolita que, segundo alguns autores, iniciou no fim do século XIX e durou até a Primeira Guerra Mundial. Nesse período, o Ver-o-Peso passou por uma grande reforma, inclusive com a construção do Mercado de Ferro (ou de Peixe) e do Mercado Francisco Bolonha (ou de Carne).
Considerada como a maior feira livre da América Latina, o Ver-o-Peso é, acima de tudo, um lugar de intensa vida social e intercâmbio cultural, onde as práticas trabalhistas tradicionais têm lugar e uma complexa teia de relações sociais é tecida, envolvendo o comércio de natureza comercial, mas também simbólica.
Lugar para relaxar
Nada melhor do que relaxar e apreciar o pôr do sol na capital paraense tomando um bom drink regional. O lugar para curtir a brisa da baia do Guarujá é a Estação das Docas. O espaço surgiu em 2000, quando o porto fluvial em Belém deu lugar a um dos espaços mais representativos do Pará.
A estação conta com três armazéns, distribuídos em 32 mil metros quadrados, e um terminal para embarque e desembarque de passageiros. O armazém 1 foi batizado como Boulevard das Artes – oferta vários produtos como biojoias, roupas e artesanato regional. O armazém 2, é nomeado Boulevard da Gastronomia. E o armazém 3, como Boulevard de Feiras e Exposições. Além disso, o complexo turístico dispõe do Teatro Maria Sylvia Nunes e do Anfiteatro São Pedro Nolasaco.
Pratos típicos da região Norte e de outros lugares do mundo, preparados com o toque paraense, podem ser encontrados nos bares, restaurantes, quiosques, lanchonetes, sorveterias e bobonieres da Estação. Além disso, o visitante encontra nas lojas do Armazém 1, várias opções de presente, que vai de roupas e acessórios ao artesanato.
A ciência do Pará
Quem disse que a ciência e tecnologia não podem ser atrativos? Em Belém, o Museu Paraense Emílio Goeldi é instituição de pesquisa que visa divulgar o estudo cientifico na Amazônia. A história do lugar está ligada direto ao auge das expedições naturalistas na Amazônia.
Desde os primeiros anos, acorreram à região viajantes ingleses, alemães, franceses, italianos, americanos e russos. Esse foi o principal motivo da tentativa de criar, na capital do Pará, um museu de história natural: servir como apoio às expedições, formar cientistas e iniciar coleções que pudessem ser preservadas no próprio país. No ano de 1861, um artigo aditivo à Lei do Orçamento Provincial foi proposto – sem a necessária execução – para a criação de um museu no Estado.
O público pode ter acesso ao Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi através de visitas guiadas. A visitação acontece de quarta-feira a domingo, das 9h às 17h. O Parque está localizado na Avenida Magalhães Barata, 376 – São Brás. Informações por meio dos telefones (91) 3182-3249/3182-3219.
Manifestação de féPequeno, homenageia o evento que atrai milhões de fiéis às ruas de Belém – há ex-votos, pedaços da corda disputada durante a procissão e uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré. O espaço foi criado no dia 9 de outubro de 1986 em um terreno localizado ao lado da Basílica de Nazaré, mas desde dezembro de 2002 foi transferido para o Complexo Feliz Luzitânia, no bairro da Cidade Velha, para integrar o Sistema Integrado de Museus.
O rico acervo documental retrata a história da devoção popular em torno da celebração do Círio, evento que foi intitulado Patrimônio Imaterial Cultural Brasileiro em 2004. No local é possível contemplar peças organizadas em 10 coleções, que vão desde a arte sacra do século XIX, ex-votos (objetos que representam pedidos e agradecimentos de fiéis), arte popular em miriti, representações do lado profano da festa e muito mais.
O Museu do Círio funciona na Rua Padre Champagnat, no bairro da Cidade Velha, próximo ao Ver-o-Peso, em Belém. O espaço funciona de terça a domingo, de 10h às 18h, ao longo de todo ano. Ingressos: R$ 2, sendo que às terças-feiras a entrada é gratuita. Informações 4009.8819 ou 4009.8842.
Em sintonia com a natureza
E quem disse que os turistas não podem entrar em contato com a natureza no meio da metrópole? Com 15 hectares, o Bosque Rodrigues Alves é o lugar perfeito para conhecer a fauna e flora de Belém. Inspirado aos moldes do ‘Bois de Bologne’, uma área verde localizada em Paris, na França, o bosque foi inaugurado como Parque Municipal em 25 de agosto de 1883.
O Bosque é ainda um dos principais laboratórios do mundo e guardião de uma coleção de plantas vivas representativas da flora amazônica, que contribui para recuperação e/ou restauração de áreas que tenham perdido sua vegetação por qualquer ação, por meio da produção de sementes e mudas de plantas amazônicas.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em parceria com Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), realiza um novo levantamento das árvores do Bosque Rodrigues Alves. A atualização está em andamento, porém já foram detectadas mais de 10 mil.
Além da flora, o espaço abriga 435 animais, distribuídos em 29 espécies que vivem em cativeiro e outras 29, em liberdade ou semi-liberdade. Entre os animais estão, o peixe-boi amazônico, jacaré, tartarugas, jabutis, araras e macacos.
O Bosque Rodrigues Alves está localizado na Avenida Almirante Barroso, 2305 – entre as Travessas Perebebuí e Travessa Lomas Valentina. Os dias de visitação são de terça-feira a domingo, das 8h às 17h. A venda de ingressos acontece de 8h às 16h.
Belém das alturas
Já imaginou ter uma vista privilegiada da terra das mangueiras? No Parque Naturalístico Mangal das Garças, o turista pode ver a cidade do alto. O local criado pelo Governo do Pará em 2005 possui uma torre de estrutura metálica com 47 metros de altura e dois níveis de observação. O Mangal conta também com o Viveiro das Aningas, Orquidário, Fonte de Curuanas, Borboletário e o Armazém do Tempo.
No local, os visitantes encontram também os três aspectos da evolução dos meios de transporte de navegação na Amazônia: o aspecto militar, (representado pela Marinha do Brasil); o comercial representado por um breve histórico da Enasa; e o regional, revelado na exposição de barcos que são muitos utilizados na região Norte.
As visitas podem ser feitas de terça a sexta-feira, nos horários das 9h, 10h30, 14h30 e 16h. Para mais informações ligue: (91) 3242-5052.