Observação de pássaros, pesca esportiva, ecoturismo e turismo de aventura são os principais atrativos da região da Amazônia Mato-Grossense. Estas atrações foram discutidas durante a FIT Pantanal na última semana. Os municípios de Alta Floresta, Paranaíta e Novo Mundo que formam o Polo de Ecoturismo da região situam-se em um dos mais ricos trechos da Amazônia brasileira.
Com atrativos como o Parque Estadual Cristalino, o Sítio arqueológico da Pedra Preta, o rio Teles Pires, com a cachoeira de Sete Quedas e corredeira dos Andradas, o Lago Azul, o rio Cristalino, os rios São Benedito e Azul, a região desponta como um polo turístico em potencial que recebe cada vez mais turistas nacionais e internacionais, revelando um fluxo de 75 mil visitantes por ano e gerando um PIB para a região que chega a alcançar nove dígitos.
O Brasil desponta como a 2ª maior avifauna do mundo, ficando atrás somente da Colômbia. São 1.900 espécies cadastradas, sendo que Mato Grosso tem mais de 800 aves registradas. Por isso, o estado é uma referência nesse tipo de atividade turística, o que também atraí visitantes para outras atrações.
“O observador de aves é sim um turista, por mais que ele diga que é somente um apaixonado pelos bichos. Ele planejou a viagem, escolheu o destino, comprou equipamento especializado, pagou passagem, hospedagem, guia, passeios… Com isso, ele está sim movimentando a economia local e portanto deve ser encarado como cliente”, observou o presidente do Conselho Municipal de Turismo de Paranaíta, Erico Baukat.
Baukat também ressaltou a importância de outros municípios que apresentam vocação para o turismo de observação de pássaros em Mato Grosso: Aripuanã, Sinop (10º lugar no Brasil), Cuiabá, Poconé, Comodoro e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Pesca esportiva
A pesca esportiva que é muito forte em Mato Grosso também tem espaço na região da Amazônia Mato-Grossense. Cercada por diversos cursos d’água, nada mais oportuno que aliar as condições naturais ao turismo.
De acordo com o representante do Grupo Mantega de Pesca Esportiva, Marcelo Bazílio, cerca de seis mil turistas brasileiros passam pela região por ano, sendo que o número de estrangeiros é cada vez maior. “As pousadas especializadas nesse tipo de serviço empregam 168 pessoas e injetam cerca de R$ 2 milhões na economia local. Muitos daqueles pescadores e ribeirinhos agora são guias de turismo de pesca esportiva. São mais valorizados devido ao seu vasto conhecimento da região e, com isso, vamos promovendo a inclusão social através do turismo”, afirmou.
O superintendente de Indústria, Comércio e Turismo de Alta Floresta, Sérgio Passos apresentou alguns dados sobre a questão da sustentabilidade aliada ao crescimento do agronegócio que é forte na região. “Como desenvolver o nosso município sem prejudicar o meio ambiente, é um dos nossos principais desafios”, confessou.
Nesse sentido, foi criado o projeto ‘Olhos D’água da Amazônia’ financiado pelo BNDES/Fundo Amazônia que apoia produtores rurais promovendo a regularização fundiária e ambiental, recuperação de áreas degradadas (APPDS), fortalecimento das cadeias produtivas e a construção de tanques de piscicultura, construção de hortas orgânicas, implantação de boas práticas agropecuárias, criação de abelhas sem ferrão da Amazônia, monitoramento ambiental, implantação do programa Guardião de Águas. “Já recuperamos cinco mil hectares e hoje temos 840 nascentes protegidas. Partimos agora para a 3ª fase que é a construção de corredores verdes ligando toda a região. Alta Floresta é a ‘bola da vez’ no agronegócio, mas, queremos dar o exemplo de como fazer isso associando às questões de sustentabilidade”, revelou.