Cobras contribuem para equilíbrio ecossistêmico na BR-319

A área de influência da BR-319 é composta por uma transição entre florestas densa e aberta, o que dá abrigo para mais de 40 espécies de cobras.

Foto: Reprodução

No dia 16 de julho é celebrado o Dia Mundial da Cobra, uma data que busca enfatizar a importância desses répteis para os ecossistemas onde vivem e incentivar a sociedade a atuar em sua proteção. Na área de influência da rodovia BR-319, desempenham um papel importante no equilíbrio ecossistêmico, o que também beneficia a população humana.

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É o que explica Igor Yuri Fernandes, mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e fundador do Projeto Suaçuboia, que atua no Amazonas.

“As cobras são predadores intermediários. Em alguns casos, predadores de topo. Elas desempenham um papel de equilíbrio no ecossistema, servindo tanto de presas para grandes predadores quanto de predadoras para pequenos animais. Dessa forma, auxiliando no controle populacional de diversas espécies”, explica.

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Ligando os estados do Amazonas e Rondônia, a área de influência da BR-319 é composta por uma transição entre florestas densa e aberta, o que dá abrigo para mais de 40 espécies de cobras, dentre as quais estão a cascavel (Crotalus durissus) e cobra-cipó (Chironius exoletus).

Fotos: Reprodução

No ano de 2020, Fernandes ajudou a fundar o Projeto Suaçuboia, hoje reconhecido como um grupo de pesquisa no Instituto de Biodiversidade e Conservação da Amazônia (IBCAM).

O trabalho parte da escuta das crenças populares alinhado ao saber científico. O biólogo explica que além de valorizar o conhecimento popular, isso incentiva novas pesquisas acadêmicas que esclarecem dúvidas sociais e científicas.

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Fernandes reconhece que ainda há um preconceito em relação a esses répteis, mas reafirma a sua importância. “Nós trazemos uma outra visão de que nem todas as cobras são mortais, e que muitas são benéficas ao fazer o controle de algumas pragas e até no fornecimento de insumos farmacêuticos”, acrescenta.

Igor Yuri Fernandes é biólogo pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), fundador e pesquisador do projeto Suaçuboia. Atualmente, ocupa o cargo de diretor técnico-científico no Instituto de Biodiversidade e Conservação da Amazônia (IBCAM).

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Observatório BR-319

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