Você já ouviu falar sobre o tele pré-natal? Com o objetivo de garantir autodeterminação e os direitos humanos às diversas etnias indígenas do mundo, foi instituído, pela ONU, em 1994, o dia 9 de agosto como o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Para atender demandas dessa população, o Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas, vinculado à Rede Ebserh (HUGV-Ufam/Ebserh), faz atendimento e realiza projetos de atenção à Saúde, direcionados a esse público.
O Projeto Telessaúde lançado em junho desse ano no HUGV-Ufam/Ebserh é um programa mais extenso que já está propiciando tele assistência ampla, para todos os territórios indígenas do estado, no escopo dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIS), considerando que o Amazonas possui a maior população indígena do país.
Por meio do tele pré-natal de alto risco, atualmente mais de 120 mulheres indígenas estão sendo monitoradas pelo projeto no HUGV. “O telemonitoramento é feito usando tecnologias digitais de informação e comunicação, no qual obstetras orientam e conduzem casos dessa natureza, orientando os profissionais que atuam na saúde indígenas com vista a reduzir a mortalidade materna, garantindo atendimento digno e qualificado”, explica o médico e chefe da Unidade E-Saúde do HUGV-Ufam/Ebserh, Pedro Elias de Souza.
De acordo com ele, são mais de 50 municípios, em um total de 62 existentes, atendidos pelo tele-pré-natal. Em outras especialidades, são mais 25 municípios cobertos nas áreas indígenas. “Nosso planejamento é chegar em todo estado até o final de outubro”, diz.
Atualmente são realizadas teleinterconsultas em diversas especialidades como cardiologia, neurologia, neuropediatria, pediatria, endocrinologia, oftalmologia para pacientes indígenas de todo o estado, sempre com a participação e compartilhamento de conduta com os profissionais de saúde que atuam nesses territórios remotos do estado.
“Os teleatendimentos acontecem através da realização de teleinterconsultas nas diversas especialidades e será ampliado em breve, com o apoio do telediagnóstico, ou seja, realização de exames remotos como teleletrocardiograma, teleespirometria, teleretinografia, telradiologia, dentre outros, para toda a população indígena do estado”, informa Pedro Elias.
Além desses projetos, segundo ele, a partir de setembro, com o objetivo de combater a desnutrição em crianças indígenas, o hospital vai oferecer teleassistência em saúde mental, e no âmbito da educação em saúde à distância (teleducação), vai ofertar diversas capacitações e cursos voltados para profissionais de saúde indígena.
“Essa população, negligenciada ao longo do tempo, poderá ter acesso à saúde qualificada e digna, com a oferta de serviço de saúde diferenciada que o HUGV oferece implicando, a curto e médio prazos, em redução das remoções desnecessárias, economia ao erário qualificação de profissionais de saúde indígenas e melhoria de qualidade de vida de brasileiros que vivem em regiões extremamente remotas”, justifica o gestor.
O HUGV oferece atendimento, em saúde em geral, tanto consultas, exames e procedimentos, incluindo internações, quando necessário, e programas assistenciais realizados na Casa de Saúde Indígena (CASAI MANAUS), especialmente na especialidade de Pediatria. “Isso deverá ser ampliado exponencialmente a partir da celebração do programa denominado IAE-PI, um incentivo diferenciado do Ministério da Saúde, para unidades de saúde pública que realizam atendimento a pacientes indígenas’, informa Pedro Elias.
*Com informações do HUGV