Pará registra 80% de casos confirmados da Doença de Chagas e Sespa alerta sobre cuidados para evitar a infecção

O Pará aparece em primeiro lugar no no ranking nacional registrado entre o anos de 2007 e 2019, com cerca de 80,95% de casos confirmados da doença.

Com a safra do açaí no Estado, que acontece entre os meses de agosto e novembro, aumenta a probabilidade de casos da Doença de Chagas. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde e o Departamento de Controle de Endemias, faz um alerta para os fornecedores e consumidores do fruto. Atualmente, o Pará aparece em primeiro lugar no no ranking nacional registrado entre o anos de 2007 e 2019, com cerca de 80,95% de casos confirmados da doença.

A infecção, que é causada pelo protozoário Trypanosoma Cruzy, é considerada uma doença grave, que na fase aguda pode ser sintomática ou não. Segundo a Coordenação Estadual de Doença de Chagas, neste momento, há três municípios paraenses que registram casos da doença. Muaná possui seis casos confirmados, São Sebastião da Boa Vista e Belém possuem três casos cada. A probabilidade é que os casos tenham acontecido devido o consumo de açaí contaminado.

Entre janeiro e agosto de 2019, foram registrados 130 casos da doença. No mesmo período deste ano o número foi de 103 casos confirmados. Apesar da redução de 20,77%, a Coordenação acredita que a queda se deve a subnotificação dos casos pelos municípios causada pela pandemia do novo coronavírus. Como alguns sintomas da Covid-19 são semelhantes aos da Doença de Chagas, principalmente na fase aguda, a coordenação acredita que isso seja uma das razões para o menor índice de notificações em tempo hábil.

Segundo o Eder do Amaral Monteiro, coordenador estadual da Doença de Chagas, o principal problema da subnotificação é o tempo. Pois são apenas dois meses para verificar a Doença de Chagas na fase aguda e após esse período o paciente pode entrar em uma fase crônica. Então, a possibilidade de o paciente não ser atendido, de não ter esse acompanhamento logo que aparecem os sintomas faz que com o tempo ele apresente problemas com a doença e a recuperação.

Contágio – A Doença de Chagas possui cinco formas de transmissão. A vetorial se dá pelo contato com as fezes de triatomíneos infectados, após a picada/repasto. A oral acontece através da ingestão de alimentos contaminados. A vertical ocorre pela passagem de parasitos de mulheres infectadas pelo Trypanosoma Cruzy para seus bebês durante a gravidez ou o parto. Há a contaminação pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios e, por fim, a acidental, que se dá pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado durante manipulação em laboratório ou na manipulação de caça.

A higiene ao manusear os alimentos segue sendo a principal forma de evitar a doença. No entanto, limpar espaços de circulação de pessoas, como quintais e banheiros externos, não “bater” o açaí durante a noite, evitar que o fruto fique exposto, ou seja, sem a proteção adequada e ainda limpar todos os dias telhados e frestas também são atitudes que podem ajudar no combate a doença. A população também tem um papel fundamental, tanto no combate quanto na prevenção.

Tratamento – Apesar de nem todos os pacientes da Doença de Chagas terem complicações, as consequências são graves, pois podem afetar o coração, o sistema nervoso e o sistema digestivo. Durante o tratamento é necessário que o paciente seja acompanhado pela Atenção Primária de Saúde, onde realiza exames conforme o protocolo estabelecido. Quando o paciente está em estágio avançado da doença é necessário que seja acompanhado por especialistas. 

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