Santa Casa do Pará realiza evento sobre setembro amarelo

Trinta e dois brasileiros, em média, tiram a sua vida por dia. O Brasil é o oitavo país do mundo em casos de suicídio. E a segunda causa de mortes no mundo na faixa etária entre 15 a 19 anos

A Santa Casa realizou nesta quinta-feira, (10), o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, uma série de atividades que visa pa conscientização sobre o tema, que é considerado no Brasil um problema de saúde pública. Sua ocorrência tem crescido principalmente entre os mais jovens.

Durante a abertura do evento, Marcelo Rodrigues, enfermeiro com atuação na área psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna disse que enfrentar o problema é fundamental e que se procure cada vez mais buscar a qualidade de vida, como preconizava o filósofo grego Sêneca que sempre destacava a busca dessa qualidade.

“Hoje a gente não busca isso, infelizmente. Por questões midiáticas, por questões laborais é uma pressão social muito grande em cima da gente, na busca do ter e não do ser. As nossas divergências culturais, as nossas discriminações sociais, as nossas diferenças. Nós tratamos os desiguais como desiguais e isso não pode acontecer, isso mexe com a cabeça de todas as pessoas, independente de classe social”, diz Marcelo.

Foto: Divulgação

Marcelo diz ainda que é importante ter um preparo para enfrentar situações adversas no dia a dia, as pessoas precisam voltar a aprender a se comunicar, a ter uma maior proximidade, uma maior afetividade. “As pessoas precisam conversar mais, procurar se entender, a gente tem divergido demais. Procurar brincar um pouco, namorar no sentido saudável, a mente precisa estar equilibrada através de simples ações, buscar a família, buscar a religiosidade, buscar aquilo que você acredita, de uma maneira saudável”, reforça.

Para Jureuda Guerra, psicóloga com atuação no Espaço Acolher da Fundação Santa Casa, o evento como o que está sendo realizado na instituição desperta ações que beneficiem seus servidores e a sociedade como um todo. “Quando a gente oferece um serviço como esse faz uma roda de conversa de prevenção ao suicídio, fala que isso é do ser humano e que esse comportamento suicida pode atravessar mais pessoas do que a gente imagina, em várias fases da vida, é reconhecer que a gente precisa fazer os enfrentamentos, as prevenções e possibilitar aos servidores que sejam acolhidos e que cada vez mais sejam fortalecidos a saúde do trabalhador”.

Jureuda reforça que de maneira geral é necessário mais políticas públicas de prevenção ao suicídio, investimentos na rede de saúde mental, ambulatório de saúde mental, ambulatório de prevenção ao suicídio para que sejam amplos e acolhedores, e que possibilitem a autonomia do sujeito, e que essa pessoa seja realmente amparada, sem ser julgada”.

A psicóloga diz que no processo de prevenção ao suicídio é fundamental fazer uma autoanálise “sozinho não saio dessa história. Procurar uma pessoa que eu confie que pode ser um vizinho, companheiro, namorado, namorada, padre, um pastor, mas que eu tenha alternativa para um tratamento especializado. A primeira pessoa que eu confie e de mãos dadas, com essa pessoa, procure um tratamento especializado. Não ficar no senso comum, como a estória: tenha fé que vai passar”, alerta Jureuda.

Números – Trinta e dois brasileiros, em média, tiram a sua vida por dia. O Brasil é o oitavo país do mundo em casos de suicídio. E a segunda causa de mortes no mundo na faixa etária entre 15 a 19 anos. Sendo que o processo de prevenção poderia evitar 90% desses casos.

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