Saiba quais cuidados são recomendados com o corpo e a mente durante a seca na Amazônia

A estiagem e o baixo volume dos rios no Norte do país afetam diretamente a saúde da população.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A estiagem e o baixo volume dos rios no Norte do país afetam diretamente a saúde da população, principalmente das crianças. É o que alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. Doenças como hepatite A e diarreia podem ser transmitidas pela água contaminada. É importante ficar atento às características como gosto, cor e o cheiro da água. 

Se for observada alguma alteração nesses aspectos, a orientação é não consumir a água e buscar uma fonte segura para o consumo. É possível usar hipoclorito de sódio para melhorar a sua qualidade, adicionando duas gotas do produto para cada litro de água. Daí, precisa deixar agir por 30 minutos. 

Na falta do hipoclorito, a melhor maneira de evitar a contaminação é ferver a água por cinco minutos. Lembrar que sempre antes de utilizar o hipoclorito ou ferver a água, é importante filtrar ou coar a água, com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo.

Vale lembrar que a diarreia aguda pode levar a quadro de desidratação grave, se não for tratada. Por isso, em casos de sintomas, os pais devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. E, enquanto isso, mantenha a pessoa sempre hidratada. 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Saúde mental

Eventos climáticos extremos, como queimadas, estiagem e inundações, podem gerar incertezas. As dúvidas, o medo e outros efeitos causados por esses eventos podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos. 

Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens, já que, nessa faixa etária, a personalidade ainda está em formação e o impacto dessas tragédias climáticas pode ser mais profundo do que para os adultos.

Como identificar uma criança ou adolescente em sofrimento 

O primeiro passo é identificar quando eles mudam de comportamento, como explica Gabriela Mora, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.

“É fundamental que os adultos de referência na vida desses adolescentes estejam atentos para esses sinais de mudança de comportamento e o isolamento certamente é um deles. A dificuldade de comunicação ou comportamentos mais agressivos são questões que as famílias precisam estar com o radar ligado para esses possíveis sinais comportamentais que podem representar um sofrimento psíquico”.

Gabriela Mora explica que essa atenção não deve vir apenas dos pais, mas de todo profissional ou adulto que seja uma referência na vida dessas crianças e jovens. Identificar o sofrimento é o primeiro passo. O segundo, explica a oficial, é fazer uma “escuta empática e amigável, já que muitas vezes as escolas e os centros de saúde não estão preparados para isso”.

Canais disponíveis para ajuda

Um dos canais oferecidos pelo Unicef e que fica disponível 24 horas para oferecer ajuda em saúde mental é o Pode Falar. “O Pode Falar acontece de maneira regular e é um apoio psicossocial. Os atendentes são treinados para identificar esses casos e apoiar adolescentes a encontrar, em sua região, o que existe de serviços e quem faz parte da sua rede de referência”, explica Gabriela Moro.

Os atendentes são vinculados a 20 universidades parceiras do Pode Falar e todos são formados pelo Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal de Pernambuco. Quem está do outro lado do computador recebe formação contínua para lidar com os jovens e é supervisionado por um professor universitário.

Os atendentes fazem esse acolhimento numa linha de escuta empática, sem julgamento. “Ajudando esse adolescente a colocar para fora, nomear sentimentos e ajudando o adolescente a pensar: bom, com quem eu posso contar num caso de sofrimento psíquico?”, explica Gabriela Mora.

A oficial ainda acrescenta que os atendentes são treinados para casos de emergência por questões climáticas. “Cada vez que acontece uma situação a gente traz um especialista para conversar com esse grupo de atendentes, para que eles sejam capazes de apoiar nas questões específicas trazidas por essa questão emergencial”.

Fonte: Brasil 61 

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