A coleta no paciente é feita através dos fluídos ou secreções do nariz, da boca ou do escarro.
O Laboratório Central de Rondônia (Lacen) com a chegada da pandemia do coronavírus no Estado possui uma grande responsabilidade em mãos: realizar os testes de possíveis pacientes infectados com o Sars-Cov- 2 (doença infecciosa que pode levar a morte).
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), enviou a biomédica Adriana Cristina Salvador Maia, responsável pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, para uma capacitação no Instituto Evandro Chagas, no Pará, para a detecção do Covid-19 pela técnica de PCR em tempo real. Os testes começaram a ser feitos em Rondônia no dia 19 de março.
A coleta dos exames é feita nas unidades de saúde
A diretora do Lacen, Cicilea Corrêa esclarece um ponto importante: que o laboratório não realiza a coleta dos exames.
Segundo a diretora, ao sentir possíveis sintomas de Covid-19, o usuário é orientado primeiro a procurar o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) através do Disque Corona de cada município, e após isso as Unidades de Saúde da rede pública, evitando aglomeração e contaminações.
A coleta no paciente é feita através dos fluídos ou secreções do nariz (nasofaríngea), da boca (orofaríngea) ou do escarro chamado SWAB . As amostras são devidamente colhidas seguindo um procedimento seguro de armazenagem e transporte.
Pacientes prioritários
A prioridade dos exames de acordo com a diretora é feita seguindo alguns critérios, entre eles pacientes que foram a óbitos, pacientes que se encontram internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pacientes que apresentam insuficiência respiratória aguda grave, gestantes e crianças. “Salientamos que o Lacen não faz seleção de amostras. Todas as que chegam aqui são examinadas com segurança. Priorizamos neste caso os pacientes que possuem ou tiveram qualquer agravamento na saúde”, relatou Cicilea.
A chegada ao Lacen
Após a coleta realizada nas unidades de saúde, no qual também é feito o cadastro do paciente possivelmente infectado, as amostras colhidas chegam ao Lacen. O cadastro do paciente realizado na unidade já vai direto para a plataforma do Ministério da Saúde, gerando uma notificação. Independente do resultado ser positivo ou não, essa notificação já entra no sistema nacional de saúde, assegurou a técnica Aline Linhares.
”As amostras colhidas em todo o Estado chegam ao Lacen, e passam por uma triagem seguindo um protocolo de segurança, e só depois disso ela é encaminhada ao Laboratório de Vírus Respiratórios, no qual através de metodologias com o uso de biologia molecular, neste caso o PCE, é feito o procedimento de diagnóstico em tempo real para confirmação da Covid-19″, destacou Aline.
Sobre os kits
Segundo a técnica, os kits são fornecidos pelo Ministério da Saúde, e a produção acontece na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, e para chegar até Rondônia há barreiras como a logística de transporte e a distribuição entre os estados. Cada kit contempla 24 exames, mas isso não significa que serão obtidos 24 resultados.
“Por ser um exame realizado de forma manual, requer maior atenção e trabalho. Em média com um kit conseguimos realizar 20 testagens, já que em alguns pacientes precisamos repetir o teste, entre outros fatores. E quanto maior a demanda de exames, maior o tempo de entrega. Temos conseguido enviar os resultados para as unidades em até 48 horas, e eles são retirados na unidade que o paciente fez a coleta”, ressaltou Aline.
Saúde reforçada
Nesse momento de pandemia, lidar com o novo e desconhecido exige a união de forças em prol do enfrentamento ao coronavírus. A Sesau se preparou com antecedência, disponibilizando leitos com todo o aparato tecnológico para atender os possíveis pacientes. E além de equipamentos de proteção para a saúde pública, os profissionais da área foram capacitados para lidar com a pandemia.
“Através do apoio da Sesau, o Lacen recebeu um reforço nas equipes que se dedicam dia e noite e nos finais de semana para atender a população. Contamos com profissionais muito comprometidos em ofertar o melhor trabalho possível”, concluiu Aline.