Projeto Farmácia Viva, em Belém, une ciência e conhecimento popular no tratamento de doenças 

De acordo com participantes do projeto, sempre procuram ouvir as experiências dos moradores com os chás, por exemplo, que fazem parte da cultura local.

Pacientes atendidos na Unidade Básica de Saúde (UBS) Paraíso dos Pássaros, em Val de Cans, foram recepcionados na primeira semana de julho, com chazinhos de capim-limão e erva-cidreira distribuídos por profissionais que integram o projeto Farmácia Viva, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma).

Ao receberem a bebida, as pessoas eram informadas sobre o projeto realizado na UBS, onde há uma plantação de ervas medicinais que faz parte do Farmácia Viva e de onde foram retiradas as folhas para a produção dos chás distribuídos pela a partir de então à população.

Ele destaca que o projeto une a ciência e o conhecimento popular, por isso, sempre procuram ouvir as experiências dos moradores com os chás, que fazem parte da cultura local.

Divulgação

Desde o mês de maio, Cléber e a estudante de Farmácia da Unama, Ismaelly Favacho, fazem o trabalho, informando à comunidade que frequenta a UBS sobre a plantação das ervas no local e a implantação do laboratório onde medicamentos fitoterápicos serão produzidos para serem distribuídos à população.

Foto: Reprodução/saudedica.com

Os estudantes entregam materiais educativos com informações científicas sobre as plantas, modo de fazer os chás, indicações e quantidade a ser ingerida. “No máximo três xícaras de 150 ml por dia. E nada de substituir a água por chá. A água é insubstituível”, ressaltam os estudantes. A distribuição de chás será realizada às terças e quintas-feiras, dias em que é feito o trabalho de divulgação do projeto.

Projeto

O projeto desenvolvido pela Sesma foi aprovado em edital do Programa Farmácia Viva, do Ministério da Saúde (MS), em outubro de 2022. Como política pública, é necessário o cumprimento de algumas etapas até a implantação total, esclarece o responsável técnico do projeto da Sesma, Rafael Cabral. 
Primeiro foi realizado o planejamento e iniciado o processo de aquisição, por meio de licitação, de equipamentos, vidrarias, eletrodomésticos, utensílios, mobiliário e insumos para o plantio. “A finalidade do projeto é melhorar os indicadores de doenças crônicas não transmissíveis e saúde mental em Belém. Para isso, optamos pelo modelo que abrange desde o plantio, dispensação da droga vegetal in natura ou secas para chás e extração de tinturas, que são mais concentradas”, informa Rafael Cabral.

Cultivo

O local escolhido para a implantação da Farmácia Viva foi a UBS Paraíso dos Pássaros, onde havia uma horta comunitária. Durante todo o ano de 2023 foram realizados e acompanhados os processos licitatórios. Já no final do ano teve início a fase de plantio, com análise e correção do solo, estruturação das leiras, eliminação de pragas e preparação para receber as mudas, que começaram a ser plantadas no início deste ano, sob a coordenação do agrônomo Cleidson Pinheiro, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).

Na fase de preparação do solo, o projeto contou com cooperação técnica da Embrapa Amazônia Oriental, com o trabalho do agrônomo Osmar Lameira. No plantio das mudas, o projeto tem o apoio da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), que tem feito o acompanhamento do desenvolvimento das plantas medicinais.

Foto: Ivabalk/Pixabay

Plantas

As primeiras plantas cultivadas pelo projeto são a erva-cidreira (Lippia alba), o capim-limão (Cymbopogon citratus), a anador (Justicia pectoralis) e a penicilina (Alternanthera brasiliana). A previsão é que, até o final deste ano, a Farmácia Viva já esteja disponibilizando para a população essas ervas secas e embaladas.

Cleber Macedo informa que a distribuição será realizada por prescrição do médico ou do farmacêutico, depois de levantadas as informações clínicas do paciente, que terá o acompanhamento profissional para identificar se as recomendações estão sendo seguidas. “O objetivo é substituir os medicamentos alopáticos pelos fitoterápicos da Farmácia Viva nos casos possíveis, reduzindo efeitos colaterais no paciente e promovendo maior qualidade de vida”, enfatiza.

*Com informações da Agência Belém

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