População da Amazônia deve reforçar vigilância contra o mosquito da dengue

Ministério da Saúde recomendou aos municípios brasileiros a suspensão do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) chama a atenção da população para manter o combate contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, durante o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19.

E há mais um motivo importante para isso. O Ministério da Saúde recomendou aos municípios brasileiros a suspensão do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa e LIA) do ano de 2020 em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Aedes aegypti. (Foto: Divulgação / Pixabay)

Segundo a coordenadora estadual de Controle da Dengue, Aline Carneiro, o levantamento é importante para as autoridades sanitárias conhecerem os índices de infestação em cada cidade e, assim, organizar as ações de campo a serem realizadas pelos agentes de endemias. “Sem esse trabalho, que é feito pelas Secretarias Municipais de Saúde, fica difícil combater o mosquito, por isso é importante que a população que está em casa acabe com possíveis criadouros do vetor da dengue, chikungunya e zika”, argumentou.

“É importante que as famílias verifiquem o seu domicílio e o entorno dele uma vez por semana para identificar e eliminar possíveis criadouros” é o que orienta Aline Carneiro, lembrando que a Sespa mantém a campanha “Em tempos de pandemia, não deixe o Aedes Aegypti tomar conta do seu lar”.

Conservar a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados; colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada; não deixar água acumulada sobre a laje, manter garrafas com boca virada para baixo; acondicionar pneus em locais cobertos; proteger ralos sem tampa com telas finas, encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana são algumas das medidas informadas no check-list da Sespa.

Aline Carneiro, coordenadora estadual de Controle da Dengue. (Foto:Divulgação/Agência Pará)

“São medidas que as famílias devem incorporar no seu dia a dia para evitar a proliferação do Aedes aegypti não apenas neste momento de isolamento social, mas o tempo todo”, ressaltou a coordenadora estadual.

Antes de suspender o LIRAa, o Ministério da Saúde já havia limitado as ações dos agentes de endemias, recomendando que não realizassem a visita domiciliar caso o responsável pelo imóvel, no momento da atividade, tivesse idade superior a 60 anos e também que não realizassem atividades no intradomicílio, limitando-se apenas na área peridomiciliar (frente, lados e fundo do quintal ou terreno).

Número de casos

De 1º de janeiro a 4 de maio, o Pará registrou 859 casos confirmados de dengue, representando uma redução de 29,41%% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram registrados 1.217 casos da doença. Dos 859 casos confirmados, 846 foram de dengue, 11 de dengue com sinais de alarme e 02 casos de dengue grave, conforme classificação estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sem nenhum óbito.

Os cinco municípios com mais números de casos de dengue são Altamira com 179, Novo Progresso com 156, Belém com 85, Vitória do Xingu com 69 e Santarém com 52.

Em relação a chikungunya, no mesmo período, o Pará teve 53 casos confirmados, com maior número registrado no município de Santarém, com 17 casos da doença. Nesse período, ainda, o Pará registrou 15 casos de zika vírus, todos no município de Santarém.

Ações da Sespa

Em função da pandemia, a Sespa também precisou suspender o Projeto de Instalação de Estações Disseminadoras de Larvicida (EDs) para combate ao mosquito da dengue, que estava realizado em dois condomínios de Belém e Ananindeua, com o objetivo de diminuir os focos de mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya, ao evitar que o mosquito nasça.

Entre as ações realizadas pela Sespa neste ano, Aline Carneiro citou a elaboração do Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus 2020; divulgação mensal do informe epidemiológico de Dengue, Chikungunya e Zika vírus; participação na videoconferência com técnicos do Ministério da Saúde no dia 16 de janeiro de 2020 e participação na capacitação sobre novo adulticida Cielo® no dia 30 de janeiro em Brasília.

Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas da dengue são: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, manchas e erupções na pele principalmente na região do tórax e membros superiores, náuseas e vômitos, tontura, moleza e extremo cansaço, dor no corpo, dor nos ossos e nas articulações, dor no abdômen.

O zika vírus causa febre baixa, dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, conjuntivite, erupções cutâneas avermelhadas que podem coçar, e dor abdominal, diarreia, constipação e pequenas úlceras na mucosa oral, que são sinais e sintomas pouco comuns. E os principais sinais e sintomas do chikungunya são febre, dor incapacitante nas articulações, dor nas costas, erupções cutâneas, fadiga, náuseas, vômitos, dor de cabeça e dores musculares (mialgias).

Atenção!

As pessoas com sinais e sintomas dessas doenças devem procurar atendimento médico na Unidade de Saúde mais próxima da sua casa, pois são doenças que podem se agravar e levar à morte.

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