Oeiras do Pará ganha premiação internacional pela redução dos casos de malária

A acentuada redução da incidência de malária colocou Oeiras do Pará, no nordeste paraense, no seleto grupo dos cinco municípios da América Latina a receber o Prêmio “Campeões contra a Malária nas Américas” em 2020

A acentuada redução da incidência de malária colocou Oeiras do Pará, no nordeste paraense, no seleto grupo dos cinco municípios da América Latina a receber o Prêmio “Campeões contra a Malária nas Américas” em 2020. De quase 11 mil casos em 2018, Oeiras registrou pouco mais de mil casos em 2020, saindo da condição de terceira maior área endêmica de malária para a 27ª posição.

Os prêmios foram entregues na quarta-feira (28), durante evento alusivo ao Dia da Malária nas Américas, realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) e Fundação das Nações Unidas.

 O desempenho obtido por Oeiras do Pará deve-se, em grande parte, ao empenho da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em manter ações que contribuíram para a queda contínua dos casos de malária no Estado, incluindo orientações, monitoramentos e acompanhamento nas Secretarias Municipais de Saúde. “Promovemos ainda capacitações em diagnóstico e tratamento para técnicos municipais, visando assim à proteção e promoção à saúde da população vulnerável e suscetível para a malária, de forma a dar sustentabilidade a essas ações”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira.

Além de Oeiras do Pará, receberam os prêmios os municípios de Atalaia do Norte, do Amazonas; Quibdó, da Colômbia; Les Anglais e Les Irois, do Haiti, e Puerto Lempira, de Honduras. O prêmio recebido por Oeiras do Pará foi entregue com base na seleção de um júri presidido por Karen A. Goraleski, CEO da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene.

Os parceiros envolvidos no prêmio Campeões contra a Malária são: Opas, Fundação das Nações Unidas, Escola de Saúde Pública do Milken Institute, da Universidade George Washington, Centro de Programas de Comunicação da Universidade Johns Hopkins, Universidade Internacional da Flórida e Sociedade Americana de Medicina e Saúde Tropical.

Queda – Entre 1º de janeiro e 28 de outubro de 2019, Oeiras do Pará registrou 4.441 casos de malária. No mesmo período deste ano, foram 1.093 confirmações. A tendência de queda é também observada em todo o Pará, que apresentou 28.290 casos em 2019, no período de dez meses, e 16.883 em 2020, até 28 de outubro.

Para Paoola Vieira, o resultado mostra que o trabalho desenvolvido em conjunto com a gestão municipal vem sendo favorável. Só nos dois últimos anos, utilizados como parâmetros pela comissão julgadora da premiação, Oeiras do Pará recebeu várias frentes de apoio da Sespa para a diminuição local dos casos de malária.

Entre 2018 e 2019 foram distribuídos pela Secretaria 8 mil mosquiteiros impregnados com inseticida, enviados ao Pará pelo Ministério da Saúde. Só em 2019, a Sespa enviou quatro microscópios bacteriológicos binoculares e autorizou o empréstimo de duas lanchas voadeiras e duas motos.

O Estado também arcou com o custo de 9.905 litros de combustível e com o pagamento de diárias aos agentes destacados pela Sespa em 25 ações, entre força-tarefa, supervisão de trabalho de campo e capacitação para agentes municipais. A Sespa mantém dois microscopistas em Oeiras do Pará, que trabalham também na busca ativa de casos no município.

Sinais e sintomas – A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles (mosquito prego), que aparecem principalmente ao entardecer e ao amanhecer.

Os sintomas mais comuns da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem essas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Pessoas devem procurar assistência em saúde em até 48 horas após o início dos sintomas, pois essa medida, além de tornar o tratamento mais eficaz, diminui as chances de transmissão para outras pessoas. A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).

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