Transformar a higienização das mãos em regra pode salvar vidas, reduzindo as mortes por diarréia em 50%
Transformar a higienização das mãos em regra pode salvar vidas, reduzindo as mortes por diarréia em 50% e as mortes por infecções respiratórias agudas em 25%. As recomendações são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que instituiu o Dia Mundial por fazer uma associação do quinto dia e do quinto mês aos cinco momentos da higiene das mãos.
Com o advento da Covid-19, o hábito também está sendo considerado o procedimento mais barato e efetivo para evitar a transmissão de doenças. “Pode ser feita com água e sabão ou em caso da impossibilidade de usar esses dois produtos, a higienização poderá ser feita com o uso de álcool em gel a 70%”, explica a diretora da Vigilância Sanitária da Sespa, Milvea Carneiro.
Contudo, a limpeza das mãos deve ser algo contínuo, pois bactérias, fungos e vírus estão sempre em circulação. “A higienização das mãos não deve ser algo associado apenas à pandemia e sim como uma medida preventiva atemporal, a fim de evitar contaminação e propagação de doenças”, completa.
Em ambientes de serviços de saúde, a constante higienização das mãos é uma das metas para garantir a Segurança do Paciente e é considerada a medida principal e mais simples para a redução das infecções relacionadas à assistência. “Por esse motivo, os profissionais de saúde são os principais agentes na aplicação eficaz dessa prática que salva vidas e previne doenças. Por outro lado, esses profissionais podem ser um veículo transmissor de microrganismos de um paciente para o outro, ou para superfícies ambientais. Por isso, a adesão às recomendações de higiene precisam ser reforçadas sempre”, recomenda Milvea.
Durante a vacinação
As recomendações da Sespa em relação à higienização das mãos também abrangem alguns cuidados que profissionais de saúde devem seguir quando forem vacinar pessoas, tanto contra a Covid-19, como na aplicação de doses de outras vacinas de rotina contidas no Calendário Oficial de Vacinação.
A partir da recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de janeiro deste ano, o profissional de saúde que aplica a vacina contra a Covid-19 não precisa usar luvas de procedimentos, à exceção de situações bem específicas.
Essencial é manter as mãos muito bem limpas, passando álcool gel entre o atendimento de um paciente e outro e lavando-as com a água e sabão quando as mãos estiverem visivelmente sujas e/ou pegajosas e secar com papel descartável. O ambiente precisa ser previamente higienizado e os materiais estéreis e organizados. O profissional responsável por dar as injeções deve estar com as mãos limpas. De toda forma, ele não toca no líquido da vacina, somente na ampola que contém a dose e na seringa.
No caso de acolhimento e triagem do público, os EPIs recomendados aos profissionais de saúde nos locais de vacinação são máscara cirúrgica (trocada a cada duas horas ou sempre que estiver úmida ou suja); protetor facial (face shield) ou óculos de proteção; avental descartável (um por dia ou com trocas em situações excepcionais).
Para vacinação do público, o profissional deve adotar a máscara cirúrgica (trocada a cada duas horas ou sempre que estiver úmida ou suja); protetor facial (face shield) ou óculos de proteção e, no caso das luvas, a utilização deve ser somente em situações específicas, como quando o vacinador tiver lesões cutâneas ou o paciente apresentar ferimento no local de aplicação da injeção. Outro indicativo de uso é para o caso de haver contato com fluidos corporais do paciente. Se utilizadas, as luvas precisam ser trocadas entre cada pessoa atendida, com a adequada higienização das mãos.
As máscaras dos tipos PFF2 ou N95 são recomendadas para ambientes sem ventilação ou circulação de ar adequadas, no trato com pacientes institucionalizados ou confinados (casas geriátricas ou presídios) ou com risco de disseminação de aerossóis (micropartículas de saliva ou secreção respiratória que ficam mais tempo suspensas no ar).