Meninos recebem vacina contra HPV na Amazônia Legal

Começou nesta quarta-feira (4), em todo o Pará, a campanha de vacinação contra o vírus HPV para meninos em toda rede pública de saúde. No Estado, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) estima que 170 mil jovens entre 12 e 13 anos sejam vacinados. Além do Pará, os Estados de Mato Grosso, Roraima, Tocantins, Maranhão e Rondônia, também iniciaram as aplicações da vacina.
A vacinação para o público masculino faz parte da estratégia das autoridades de saúde para aumentar a rede de proteção às mulheres. A imunização para esta faixa etária é uma garantia para que adolescentes não sofram com a doença na fase adulta. 
O papiloma vírus ou HPV é responsável, principalmente, pelo câncer de colo de útero. A estimativa no Instituto Nacional do Câncer é que ocorram 260 casos da doença em Belém, 820 no Pará e 1.970 na Região Norte, entre os anos de 2016 e 2017. A vacina também fará prevenção de outros tipos da doença como os cânceres de pênis, de ânus e garganta.“A vacinação contra vírus do HPV para o público masculino quer reduzir o câncer de colo de útero em mulheres”, diz Jaíra Ataíde, coordenadora estadual de imunizações da Sespa.

Foto: Renan Viana/UEPA
A estratégia de vacinação foi iniciada no Brasil ainda em 2014, com as meninas de 9 aos 14 anos de idade. “Para fortalecer esta imunização e com uma proteção maior para as meninas, chega a vez de vacinar os meninos de 12 e 13 anos. Projetamos para daqui a 10 anos termos uma população de homens e mulheres muito mais protegida contra o papiloma vírus humano”.
O Brasil é o sétimo país do mundo – e primeiro da América do Sul – a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A meta do Ministério da Saúde é ampliar a faixa etária a ser imunizada gradativamente. Até 2020, deverão ser incluídos nas campanhas todos os meninos entre os 9 e 13 anos. A previsão para 2017 é de que mais de 3,6 milhões de meninos sejam imunizados – além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos soropositivos para o vírus HIV e Aids, que também passarão a receber as doses. Para essa campanha, o Ministério da Saúde adquiriu seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. 
Meningite
Paralelamente à campanha de vacinação de imunização do HPV, o governo também inicia a vacinação de reforço em crianças contra a meningite. A vacina meningocócica C, voltada a meninos e meninas de 12 a 13 anos, tem como objetivo fortalecer a imunização contra a meningite tipo C. Ambas as vacinas podem ser aplicadas no mesmo dia.
Até então, a vacina contra meningite meningocócica C era administrada apenas aos 3 meses, aos 5 meses e com 1 ano de idade – quando as crianças estão mais suscetíveis a desenvolverem as formas mais graves da doença. A inclusão no calendário integra as mudanças do MS no esquema de vacinação nacional para 2017.
O ser humano pode portar a bactéria que causa a doença meningocócica sem desenvolver os sintomas, mas ainda assim transmiti-la. O reforço na adolescência vem com o objetivo de manter a proteção desse grupo por mais tempo, reduzindo também o número de portadores assintomáticos da bactéria. 
A meningite C continua sendo o tipo de meningite que mais afeta a população (cerca de 60% a 70% dos casos). A doença apresenta rápida evolução, gravidade e letalidade e tem caráter epidêmico. 
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