HOL alerta sobre sintomas e tratamentos para doença de Parkinson

Pará oferece atendimento para casos da doença, encaminhados pela Central de Regulação, no Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital Ophir Loyola

O número de pessoas com a doença de Parkinson avança com o envelhecimento da população. Contudo, a enfermidade pode acometer pessoas de qualquer idade e sexo, sem distinção de classe social. A doença neurodegenerativa é considerada a segunda mais comum nessa área, atrás apenas do Alzheimer, e ocorre devido à degeneração progressiva dos neurônios produtores de dopamina, um neurotransmissor fundamental na função motora, provocando sintomas como lentidão nos movimentos, rigidez muscular, tremores e perda de equilíbrio.

Para alertar sobre o diagnóstico e tratamento adequado para a redução do impacto sobre a qualidade de vida do paciente de Parkinson foi instituído o 11 de Abril como Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. Apesar de não existir notificação obrigatória no Brasil, a literatura científica aponta que cerca de 1% das pessoas acima de 60 anos têm a doença e enfrentam muitos desafios familiares, financeiros e sociais.

Foto: Reprodução

 A maioria manifesta os primeiros sintomas a partir dos 50 anos, mas a doença pode afetar os mais jovens, entre 30 e 40 anos, quando as causas são genéticas. É o caso do paciente M.C., 58 anos, que deixou de exercer a profissão de carpinteiro, que exerceu desde a adolescência. “Hoje estou aposentado, faço uso de mais de dez medicamentos por dia, não tenho mais o controle dos movimentos para manusear as ferramentas. A rotina está toda diferente; tive que me adaptar”, conta.

Fatores

Em Belém, o Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital Ophir Loyola recebe alguns casos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhados pela Central de Regulação. O neurologista e especialista no tratamento da doença, Bruno Lopes, explica que as causas ainda não foram totalmente definidas pela medicina, mas sabe-se que a doença é provocada pela combinação de diversos fatores.

“Existem agentes genéticos e ambientais presumidos, como contato com pesticidas, traumatismo craniano, uso de determinadas medicações e alimentos, saúde cardiovascular e outros, sendo que estes nós conhecemos muito pouco ainda. Estes vários componentes genéticos e ambientais alteram processos celulares, como inflamação, estresse oxidativo, degradação de proteínas, funcionamento celular, que em conjunto causam a doença como a conhecemos”, explica o especialista Bruno Lopes.

Segundo Bruno Lopes, os sintomas motores da doença são consequência da morte de grupos de neurônios no Sistema Nervoso Central (SNC), muito importantes para o controle dos movimentos. No entanto, ele esclarece que a doença de Parkinson “também causa sintomas não-motores, como alterações de olfato, declínio cognitivo, constipação intestinal, distúrbios de sono e de humor. Todos causados pela morte progressiva de neurônios do SNC”.

Para fechar o diagnóstico, o especialista faz uma análise do histórico do paciente e uma avaliação neurológica. São realizados testes físicos e exames complementares, como tomografia e ressonância magnética para excluir outros quadros clínicos que também apresentam os mesmos sintomas.

Remédios e terapias

O tratamento é feito principalmente com medicações específicas, que ajudam a repor a dopamina, e terapias sem medicamentos, como fisioterapia, dança e musculação, conforme orientação médica. A maioria dos municípios fornece as medicações, e há um programa do governo federal que garante desconto na Farmácia Popular.

“Em casos mais complexos, há a alternativa do tratamento cirúrgico, através de estimulação cerebral profunda. Porém, é importante frisar que a cirurgia não cura a doença; apenas ajuda a controlar os sintomas, assim como as medicações”, ressalta o neurologista.

Apesar das adversidades impostas por uma doença neurodegenerativa, Bruno Lopes recomenda que os pacientes não levem uma vida sedentária. “Existem várias evidências científicas que sugerem que os exercícios físicos e cognitivos amenizam os sintomas associados aos medicamentos”, aconselha.

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