Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil será realizado em Belém

A pesquisa do Ministério da Saúde irá visitar 15 mil famílias em todo o Brasil, para avaliar as práticas de aleitamento materno, hábitos alimentares, etc.

crédito foto: Ascom Sesma

Famílias de Belém (PA), com crianças de até 6 anos, estão recebendo visita de entrevistadores da edição 2024 do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2024), desde o dia 3 de junho.

Na capital paraense, serão 330 domicílios incluídos para visitação, nos bairros Bengui, Cabanagem, Canudos, Cidade Velha, Condor, Fátima, Guanabara, Jurunas, Marambaia, Montese, Parque Verde, Pedreira, São Braz, Souza, Telégrafo e o distrito de Icoraci.

O estudo do Ministério da Saúde é conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa irá visitar 15 mil famílias em todo o Brasil, para avaliar as práticas de aleitamento materno, hábitos alimentares, deficiência de vitaminas e minerais em crianças de até seis anos e em suas mães e avaliação nutricional antropométrica (peso, circunferência abdominal, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), percentual de gordura e Índice de Padrão de Crescimento).

O coordenador nacional do Enani-2024, Gilberto Kac, explica que crianças de até seis anos são mais suscetíveis às deficiências nutricionais, especialmente em relação ao crescimento linear e aos micronutrientes essenciais, como ferro, vitamina A e zinco.

“O Enani-2019 mostrou que, naquela época, metade das famílias brasileiras, com crianças na faixa etária do estudo, vivia em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos – e metade de suas mães – estavam acima do peso. Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, adianta Kac, que é professor titular da UFRJ.

Pesquisa no Pará

No Pará, o Enani-2024 visitará 980 famílias. As visitas domiciliares serão realizadas em Belém, Ananindeua, Cametá, Castanhal, Marabá, Parauapebas e Santarém.

Os entrevistadores do estudo – identificados com camiseta e crachá – irão trabalhar em três atividades:

1) entrevista com as mães ou cuidadores com perguntas sobre amamentação e alimentos consumidos no dia anterior, para avaliação do aleitamento materno e do consumo alimentar;

2) medida de peso e altura ou comprimento das mães biológicas, crianças e bebês, para classificação do estado nutricional conforme padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS);

3) agendamento de uma segunda visita domiciliar para coleta de sangue das mães e crianças maiores de seis meses.

Cenário alimentar e nutricional

Um dos objetivos da pesquisa é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças brasileiras depois da pandemia de covid-19. Gilberto Kac aponta que a perda imediata de renda e a interrupção ou redução do acesso aos serviços de saúde durante a pandemia afetaram diretamente o estado nutricional das crianças brasileiras, gerando vulnerabilidades imediatas e riscos de médio e longo prazo.

“Conhecer esse cenário nos permitirá apoiar o redirecionamento de políticas públicas. Além de contribuir com a orientação de ações em nível nacional, o estudo fornecerá evidências que, somadas às produzidas em outros países, serão úteis para compreender os impactos da pandemia de forma global”, afirma.

Amostras biológicas

Durante as visitas domiciliares, serão realizados os procedimentos de hemograma completo e análise de marcadores de deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e vitamina A. Quando houver necessidade, a família será encaminhada ao posto de saúde para acompanhamento. E as amostras biológicas vão compor um biorrepositório, que permitirá análises complementares futuras.

O estudo também avaliará o ambiente alimentar comunitário, isto é, a disponibilidade, qualidade, variedade de frutas e hortaliças e alimentos ultraprocessados na vizinhança das famílias visitadas.

Instituições envolvidas

Além da UFRJ, participam da coordenação da pesquisa a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).

A previsão é que a fase de coleta de dados em cada estado brasileiro fique em torno de 4 meses, mas pode ser um pouco mais, a depender do aceite da população em participar dos estudos.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, edição 2024, dispõe de uma linha telefônica gratuita para tirar dúvidas da população: 0800 888 0022.

*Com informações da Agência Belém

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