Estudo analisa fungos em solos da Amazônia para combater o Aedes aegypti

Um estudo realizado no laboratório de microbiologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) iniciado em 2016 e com previsão de conclusão em 2018, analisa fungos encontrados em solos da Amazônia com o potencial para auxiliar no combate de ovos e larvas do Aedes aegypti. Até o momento, já foi feito o isolamento de 10 linhagens de espécies fúngicas encontrados nos solos de Manaus e do município de Presidente Figueiredo. O mosquito é transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. 

Foto: Érico Xavier/Agência Fapeam
A pesquisa intitulada ‘Isolamento e Identificação de Fungos Entomopatogênicos de Solos para Controle Biológico de Ovos e Larvas de Aedes aegypti nos municípios de Manaus e Presidente Figueiredo’ está sendo desenvolvida no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam-AM) da Fapeam.

De acordo com a coordenadora do estudo, a bióloga Yamile Benaion Alencar, as linhagens selecionadas irão passar por testes, que indicarão a potencialidade de cada em causar a mortalidade do Aedes aegypti. Os experimentos serão realizados no laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

“Pretendemos fazer a identificação molecular dos fungos isolados e dos que apresentarem atividade inseticida. Com isso, poderemos determinar se o mesmo está na lista dos fungos permitidos para comercialização pelo Ministério da Agricultura, ou seja, não nocivos aos seres humanos e outros animais, mas com ação entomopatogênica para ovos, larvas e adultos do Aedes aegypti”, contou a pesquisadora.

Com os resultados obtidos a equipe pretende ter um produto de ação inseticida de fácil manejo, inofensivo ao homem, disponível no mercado regional, e até mesmo nacional, evitando o uso de produtos químicos no ambiente e colaborando para o manejo correto do inseto, sem prejudicar a saúde da população humana.

Fungos Entomopatogênicos

Doutora em Ciências Biológicas, Yamile Benaion Alencar, explicou que os fungos entomopatogênicos podem parasitar insetos, matando ou os incapacitando e não causam nenhum malefício ao homem. Segundo Yamile, o grupo de pesquisa já atua há alguns anos na Amazônia direcionando pesquisas para encontrar um microrganismo, no caso os fungos, de ação contra os insetos.  

Foto: Érico Xavier/Agência Fapeam
“São fungos já conhecidos, que ocorrem naturalmente, não causam nenhum problema para a saúde do homem. Algumas espécies já são até usadas para combater pragas na agricultura. Continuamos em busca de espécies de fungos que tenham ação eficaz contra o mosquito” explicou Yamile.

A pesquisadora contou que após a identificação do fungo com ação no combate aos ovos e larvas do mosquito será feita a análise dos compostos químicos em colaboração com o pesquisador doutor Hector Koolen do Laboratório de Química Estrutural da Escola Superior em Ciências da Saúde da UEA (ESA/ UEA).  

Sobre Fixam-AM

O Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam-AM) da Fapeam estimula a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica.

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