Manaus (AM), uma das maiores cidades da Amazônia, enfrenta grandes desafios relacionados ao saneamento básico, especialmente ao tratamento de esgoto. Com a crescente urbanização, o sistema de tratamento de esgoto é fundamental para garantir a saúde pública e a preservação do meio ambiente, especialmente em uma região onde a biodiversidade é tão sensível.
Entretanto, o mau uso dos sistemas domésticos e o descarte inadequado de materiais no vaso sanitário podem comprometer o processo de tratamento e causar problemas para toda a cidade.
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O tratamento de esgoto em Manaus é feito, em grande parte, pelas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) operadas pela Águas de Manaus, concessionária responsável pelo saneamento básico da capital amazonense. Esse sistema trata as águas residuais provenientes das residências, comércios e indústrias, antes de devolvê-las ao meio ambiente. O processo inclui várias etapas que visam a remoção de sólidos, poluentes e microrganismos prejudiciais.
O esgoto coletado nas residências e estabelecimentos comerciais é transportado por tubulações até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Manaus possui mais de 130 estações, sendo duas de grande porte.
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Fases de tratamento do esgoto
O processo é dividido em várias etapas, que garantem que a água devolvida ao meio ambiente esteja limpa e livre de impurezas:
Coleta e transporte: o esgoto é conduzido por uma rede de tubulações até as ETEs. O bom funcionamento desse sistema depende do uso correto pelos moradores.
Tratamento preliminar: ao chegar na estação, o esgoto passa por um processo de gradeamento, no qual são removidos resíduos sólidos e grosseiros, como areia, pedras, plásticos e outros objetos. É nesta fase que aparecem os itens mais inusitados: preservativos, absorventes, fraldas, cotonetes, bitucas de cigarro, cabelo, sandálias e até pedaços de roupas.
Tratamento primário: o líquido segue para decantadores, onde partículas mais pesadas se depositam no fundo, facilitando a separação dos sólidos suspensos.
Tratamento secundário: ocorre o tratamento biológico, em que microrganismos se alimentam da matéria orgânica, eliminando impurezas invisíveis. Essa é uma das etapas mais importantes para garantir a purificação da água.
Tratamento final: o efluente passa por um processo de desinfecção química, geralmente com cloro, eliminando vírus e bactérias antes que a água seja devolvida aos igarapés e rios.
Esse trabalho é essencial para evitar a contaminação das águas e contribuir para a conservação da biodiversidade amazônica.
O impacto do descarte incorreto
De acordo com a consessionária, toneladas de resíduos sólidos são retiradas diariamente das ETEs. Esse lixo urbano prejudica o funcionamento das bombas, aumenta os custos de manutenção e pode até interromper o tratamento, resultando em vazamentos e contaminação dos rios.
Quando as tubulações entopem, informa, o problema retorna às residências: o esgoto pode voltar pelos ralos e vasos sanitários, causando mau cheiro, contaminação e prejuízos aos moradores.
Além do impacto doméstico, o descarte incorreto afeta diretamente os igarapés e rios, que recebem parte da água tratada. Qualquer falha no sistema pode comprometer a fauna e a flora aquática, essenciais para o equilíbrio ambiental da Amazônia, alerta a empresa.
Conscientização e responsabilidade coletiva
Segundo a Águas de Manaus, o avanço do saneamento em Manaus é resultado de um esforço conjunto entre o poder público, a concessionária e a população. Em 2023, a capital amazonense alcançou a universalização do abastecimento de água tratada, beneficiando mais de 200 mil pessoas que antes viviam em áreas sem acesso regular.
Agora, o foco está na expansão do sistema de esgotamento sanitário, que depende também da colaboração da população. Usar o vaso sanitário de forma correta é um ato simples, mas que faz diferença para o meio ambiente e para o funcionamento das estações de tratamento.
