Fumaça encobre Manaus. Foto: Lucas Macedo/Rede Amazônica AM
Com o constante aparecimento de fumaça nos municípios do Amazonas, é importante adotar medidas preventivas para proteger a saúde da população. Ao Grupo Rede Amazônica, o infectologista Noaldo Lucena destacou os principais riscos da situação e deu orientações para minimizar os impactos na saúde.
Manaus voltou a ser encoberta com uma densa fumaça desde o dia 27 de agosto, como resultado da mudança de rotas dos ventos causadas pela frente fria que atingiu o sul do estado. Em alguns bairros, a qualidade do ar chegou a ser considerada “péssima”.
Lucena explicou que a fumaça contém partículas nocivas, incluindo metais pesados que, ao serem inaladas, podem causar sintomas como tosse, dor de cabeça e náuseas. Inalar a fumaça pode afetar principalmente os grupos de risco, como crianças de 4 a 5 anos, idosos acima de 60 anos e pessoas com doenças crônicas.
“O impacto é maior em pessoas nas extremidades de idade e em quem tem doenças crônicas, que tendem a apresentar, num momento dramático como esse, mais sintomas que as outras”, afirmou o infectologista.
Ele também alertou que a exposição prolongada à fumaça pode agravar doenças respiratórias, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), gerando sintomas mais graves, como dor no peito, falta de ar e até intoxicação em casos mais graves.
Para se proteger, Lucena recomenda que a população evite sair de casa e, quando necessário, utilize máscaras adequadas, como a N95, que oferece maior proteção contra as partículas menores presentes na fumaça.
“Tem partículas desde 5 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR) e assim a boa máscara cirúrgica pode ser utilizada, mas a ideal mesmo é que seja usada a N95 que protege de partículas menores do 5, que são muito perigosas e podem alcançar terminações pulmonares”, ressaltou.
Já dentro de casa, o infectologista indicou manter as janelas fechadas e usar umidificadores, quando possível, para melhorar a qualidade do ar. Lucena também sugeriu evitar banhos excessivos com sabão, para não ressecar a pele, e reforçar a hidratação, consumindo entre 35 a 45 ml de água por quilo de peso corporal diariamente.
Para quem já sente os efeitos da fumaça, como ressecamento na garganta e no nariz, Noaldo recomenda a lavagem com soro fisiológico. Para os olhos irritados, o uso frequente de colírio é indicado.
Lucena ainda enfatizou os cuidados com os animais de estimação, recomendando os manter hidratados, oferecendo água fresca e, se possível, com pedrinhas de gelo para refrescar.
*Com informações da Rede Amazônica AM