Covid-19: governo do Amazonas cita ‘explosão de casos’ e risco de colapso da rede de saúde

Com o alto número de pessoas que ainda não aderiram ao isolamento social no Amazonas, os cálculos do governo são claros: um colapso na rede pública

Em pouco mais de uma semana, o Amazonas teve sete mortes causadas pelo novo coronavírus. Em todo o estado, são 260 casos confirmados e mais 600 exames à espera de resultados. Do outro lado dos números, o estado conta com apenas 69 respiradores na rede pública para atender pacientes graves.

Com a pouca estrutura e com o alto número de pessoas que ainda não aderiram ao isolamento social no Amazonas, os cálculos do governo são claros: um colapso na rede pública. Em breve. A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto, estima uma ‘explosão de casos’ com pico em abril.

“Esperamos um aumento expressivo no número de casos agora a partir de abril. Principalmente no final de abril e primeiras semanas de maio. Esse aumento já vem sendo registrado, uma vez que temos hoje, no Lacen, 600 exames aguardando resultado. Ontem eram cento e poucos. Espera-se, sim, uma explosão de casos nos próximos dias”.

O secretário de saúde do estado, Rodrigo Tobias justifica a situação no Amazonas ao traçar os cálculos de equipamentos para combate à pandemia.

“Nosso sistema de saúde é limitado. Não temos leitos de UTI para enfrentar uma pandemia. Não estamos tratando de uma epidemia local. É uma pandemia. Temos uma limitação para atender os casos graves. O Amazonas tem tomado todas as providências para aquisição de novos leitos de UTI e respiradores – talvez um dos itens mais requisitados do mundo”, afirma Tobias.

Hospital Delphina Aziz. Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O apelo do governo é grande para a importância do isolamento social. Apesar dos decretos governamentais que determinam apenas o funcionamento de serviços essenciais, o Amazonas ainda sofre com falta de adesão ao isolamento.

“O colapso pode acontecer semana que vem, final do mês Vai depender do aumento de casos. E só há o aumento, se houver movimentação entre as pessoas. Se as pessoas não ficarem em casa. Se a gente não quebra a cadeia de transmissão, podemos entrar em colapso”, finaliza Tobia.  

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