A coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose da instituição, Marlucia Garrido, ressalta que não há um surto da doença no estado e que o alto número de casos está dentro do esperado, já que houve melhora no diagnóstico.
“Nós melhoramos muito o acesso e a qualidade do diagnóstico aqui. E isso refletiu no aumento do número de casos, principalmente com a implantação do teste rápido molecular, a partir de 2012, e depois com a descentralização. Isso tem sido de grande contribuição para o diagnóstico correto aqui no Amazonas”, afirmou a coordenadora.
Segundo Marlucia, a tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais mata a população amazonense desde o século passado. São mais de 100 óbitos por ano. A falta de diagnóstico precoce e de tratamento são os principais fatores que contribuem para o alto número de casos.
“Essa situação de doença permanente na população, registrada em todos municípios do Amazonas, e que nem todos realizam busca ativa dos casos, faz com que as pessoas doentes transmitam para outras pessoas a bactéria. E a aí nós temos parte da população que está infectada com a bactéria e que, devido a vários fatores, pode adoecer a qualquer momento. Principalmente [em razão de] HIV, presença de diabetes, outras doenças imunossupressoras, as situações precárias de vida, má alimentação, associação com álcool e cigarro, drogas ilícitas e o próprio envelhecimento da população. A pobreza também está muito associada historicamente [à doença]”, explicou.
Sintomas e tratamento
Pessoas que apresentem tosse por mais de três semanas devem procurar um médico. Outros sintomas associados à tuberculose são falta de apetite, febre no final da tarde ou início da noite, perda de peso, sensação de fraqueza e suor noturno. O tratamento da doença, oferecido gratuitamente na rede pública de saúde, é feito com antibióticos e dura, no mínimo, seis meses.
“No mínimo, o tempo necessário para curar a doença é de seis meses. Por isso, a pessoa que iniciou o tratamento não pode parar antes de ser avaliada e receber alta com comprovação da cura. As pessoas melhoram no primeiro ou no segundo mês, os sintomas desaparecem, mas isso não significa cura porque as bactérias não morrem de uma vez. É necessário manter o tratamento pelos seis meses, mesmo que a pessoa não esteja sentindo mais nada, para eliminar qualquer possibilidade de permanecerem bactérias ainda vivas no organismo, que possam depois voltar numa situação de reincidência da doença, que pode ser mais grave e criar resistência ao antibiótico”, ressaltou a coordenadora da FVS.