Em apenas uma semana, foram registradas quatro mortes por vírus H1N1 no Amazonas, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Na manhã desta segunda-feira (25) o órgão divulgou que, em todo o estado, já foram registrados oficialmente 126 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Essa doença é causada pelo vírus da gripe Influenza H1N1. Da gripe influenza, foram 27 confirmações. Segundo a diretora-presidente da FVS, por conta dos dados, a situação “pode se considerar como um surto”.
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e a Prefeitura de Manaus afirmaram que a principal medida de prevenção da doença é a aplicação da vacina, que ainda não tem no Amazonas. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, os órgãos informaram que a chegada da imunização no estado está prevista para abril deste ano.
Há uma espera de um retorno imediato do Ministério da Saúde para a liberação dessas vacinas, segundo as entidades. Além disso, investigadores do ministério devem chegar no Amazonas para ajudar na prevenção.
De acordo com a diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa, nesta época do ano é comum o aumento de síndrome gripal. Alguns desses casos evoluem com gravidade – como é o caso da incidência da gripe influenza.
“Fazemos esse monitoramento por meio do nosso laboratório central de saúde pública, que faz a identificação dos vírus que estão circulando. Este ano, a partir de fevereiro, nós começamos a registrar um aumento de casos pelo vírus H1N1. Desde o dia 15 de fevereiro nós tivemos uma intensificação no número de casos atendidos na rede”, explicou.
Números alarmam
A diretora afirma que cerca de 50% do aumento da demanda da rede de urgência e emergência da Susam foi direcionada ao atendimento de pacientes com síndrome gripal. Dos 126 casos registrados e que evoluíram com gravidade, 27 foram confirmados como influenza H1N1.
Segundo Rosemary, foram registrados dez óbitos por síndrome respiratória aguda grave, sendo nove por H1N1 e o outro óbito foi de um bebê, pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
Questionada sobre os números de casos registrados no Amazonas no curto período de tempo, a diretora-presidente da FVS afirmou que “pode ser considerado um surto” do vírus.
Medidas de controle
Na manhã desta segunda-feira (25), a Susam e a Prefeitura de Manaus apresentaram medidas de controle e prevenção a Influenza (H1N1) e o Vírus Sincicial Respiratório. A Susam informou que deve reforçar as unidades de saúde com 49 mil cápsulas de antiviral, além de definir protocolos clínicos e manejos dos casos.
Para o interior do AM
A FVS-AM envia nesta segunda-feira (25) técnicos da vigilância epidemiológica para três cidades amazonenses: Parintins, Itacoatiara e Manacapuru. Locais onde foram confirmados a circulação viral de casos de H1N1 com óbitos. A ação in loco visa realizar busca ativa de novos casos, o treinamento em serviço para identificação dos casos e aplicação das orientações contidas na nota técnica nº 07/2019 da FVS.
Ações para o controle da Influenza
A Prefeitura de Manaus executou ações para o controle da Influenza (H1N1) por meio do monitoramento de manejo clínico de Síndrome Gripal:
Ampliação da dispensação do Medicamento Antiviral (Tamiflu) em 23 unidades básicas de saúde em todas as Zonas de Manaus, inclusive em área terrestre e fluvial da capital. Ressalta-se que, o Antiviral é disponibilizado pelo Ministério da Saúde e o tratamento deve ser imediato quando caso suspeito ou confirmado;
Levantamento da situação vacinal das crianças menores de cinco anos e atualização das cadernetas de todas as vacinas;
Ciclos de atualizações dos profissionais de saúde sobre o manejo clínico de pacientes com suspeita da doença e medidas de biossegurança para os profissionais;
Emissão de Comunicado a rede de saúde, encaminhado aos Distritos de Saúde Norte, Sul, Leste Oeste e Rural, reforçando as recomendações para o atendimento de casos de Síndrome Gripal nos serviços da rede municipal, alertar sobre os fatores de risco e o atual cenário epidemiológico de Manaus;
Fortalecimento do atendimento nas unidades de saúde, em especial nas dez unidades de horário ampliado, com a finalidade de garantir que as ações de monitoramento, diagnóstico e tratamento sejam realizadas em momento oportuno, evitando o agravamento da doença e reduzindo as chances de transmissão entre a população;
Atualização dos profissionais de saúde da Maternidade Moura Tapajóz para o manejo clínico de gestantes suspeitas de SRAG;
Investigação, acompanhamento e medidas de controle de todos os casos notificados pela equipe de vigilância epidemiológica.