Portal Amazônia responde: por que Pacaraima não pode ter cemitério?

Pesquisadores afirmam que o problema é o tipo de solo da cidade, por possuir uma substância chamada Caulim, um tipo de minério composto por silicatos hidratados de alumínio. 

O município de Pacaraima tem 8.025,045 km² de área territorial e fica localizado em Roraima. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município roraimense tem uma população de pouco mais de 20 mil pessoas e a cidade fica no extremo norte do Estado, na fronteira com a Venezuela. Com 920 metros de altitude é considerada a cidade mais alta da Região Norte do Brasil.

E entre outros fatores, possui uma curiosidade na sua infraestrutura e, por isso, não pode ter cemitério. Isso mesmo, o município não pode construir um lugar para enterrar os seus entes queridos.

Mas afinal, por que isso acontece?

Foto: Reprodução/Instituto de Pesquisas Tecnológicas (SP)

De acordo com os pesquisadores, o solo da cidade possui uma substância chamada Caulim, um tipo de minério composto por silicatos hidratados de alumínio. O minério impede que os corpos se desintegrem.

O caulim possui coloração branca e apresenta poder de cobertura quando usado como pigmento ou como extensor em aplicações de cobertura e carga. É macio e pouco abrasivo, possui baixas condutividades de calor e eletricidade e seu custo é mais baixo que a maioria dos materiais concorrentes.

Suas principais aplicações são como agentes de enchimento no preparo de papel; cobertura para papel couché e na composição das pastas cerâmicas. Em menor escala o caulim é usado na fabricação de materiais refratários, plásticos, borrachas, tintas, adesivos, cimentos, inseticidas, pesticidas, produtos alimentares e farmacêuticos, catalisadores, absorventes, dentifrícios, clarificantes, fertilizantes, gesso, auxiliares de filtração, cosméticos, produtos químicos, detergentes e abrasivos, além de cargas e enchimentos para diversas finalidades. 

A primeira utilização industrial do caulim foi na fabricação de artigos cerâmicos e de porcelana há muitos séculos. Somente a partir da década de 1920 é que se teve início a aplicação do caulim na indústria de papel, sendo precedida pelo uso na indústria da borracha. 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As reservas de Caulim possuem ampla distribuição geográfica, entretanto, apenas quatro países possuem um estoque de aproximadamente 15 toneladas: Estados Unidos (53%), Brasil (28%), Ucrânia (7%) e Índia (7%).

No caso das reservas brasileiras, a média é que existem 24,5 bilhões de toneladas, no qual apenas 9,4 bilhões foram medidas. Os Estados do Pará, Amazonas e Amapá são os com maior destaque.

Referências

DA LUZ, A. B.; DAMASCENO, E. C. (1993) Caulim um Mineral Industrial Importante. CETM/CNPq, Série Tecnologia Mineral No. 65, Rio de Janeiro, RJ. 29p. 

DA LUZ, A. B.; LINS, F. A. F.; PIQUET, B.; COSTA, M. J.; COELHO, J. M. (2003) Pegmatitos do Nordeste: Diagnóstico sobre o Aproveitamento Racional e Integrado. CETEM/MCT, Série Rochas e Minerais Industriais, No.9, Rio de Janeiro, RJ. p. 76-77. 

HARBEM, P. W. (1995) The Industrial Minerals Handbook. Industrial Minerals, Divison, London, 253p. 

KULAIF, Y. (2005). Caulim. IG/UNICAMP


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