Relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) se baseou nos dados fornecidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena.
De acordo com o levantamento, foram registrados no Brasil 776 óbitos de crianças de 0 a 5 anos em 2020, provocados por omissão do poder público. Desses, 162 casos foram em Roraima, 29 a mais que 2019. O estado fica atrás apenas do Amazonas, que registrou 250 mortes.
Os números, conforme o Cimi, foram fornecidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e, na maioria dos casos, possui relação direta com a pandemia e a falta de assistência do poder público, especialmente na área de saúde.
“A falta de apoio para a instalação de barreiras sanitárias nas terras indígenas, a interrupção ou omissão no fornecimento de cestas básicas e de materiais de higiene, necessários para garantir condições básicas de proteção e prevenção contra a Covid-19, foram alguns dos casos recorrentes registrados”, analisa o Cimi.
O levantamento aponta, ainda, que Roraima foi o estado do país com maior número de assassinato de indígenas no ano passado: foram registrados 66 homicídios, 40 a mais que 2019. Em seguida, aparecem o Amazonas com 41 casos e Mato Grosso, com 34. Em todo o país, foram 182 assassinatos.
Entre as mortes em Roraima, o Cimi destacou o assassinato de dois jovens Yanomami atacados a tiros no meio da floresta por garimpeiros armados. As vítimas se chamavam Original Yanomami, 24, e Marcos Arokona, de 20.