Conselho Indígena que tem acompanhado a situação da barreira, disse que não foi proibida a entrada de alimentação, agentes de segurança pública, saúde e serviços essenciais
O Movimento Indígena da Etnoregião Serras, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, reativou por tempo indeterminado o posto de vigilância e monitoramento, próximo a ponte do Urucuri, que dá acesso ao municipio de Uiramutã.
A medida foi realizada no dia 1º deste mês. Segundo o movimento, a intenção é impedir a entrada de bebidas alcoólicas e de garimpeiros na região.
A Polícia Militar (PM) esteve no local após ser acionada por moradores que afirmaram terem sido impedidos de passar com mantimentos para o município.
Procurado, o Governo de Roraima disse que o estado está dialogando com as autoridades municipais e indígenas, sobre a melhor forma de resolver a situação e que está “fazendo o possível para desmobilizar a barreira colocada na rodovia de forma harmoniosa”. (Veja a nota completa abaixo).
O G1 teve acesso à carta escrita pelo movimento relatando a situação na região. Os indígenas dizem que o aumento no número de garimpeiros tem causado violências, como o consumo de bebidas alcoólicas, invasões, ameaças de morte contra lideranças, aliciamento de indígenas e a contaminação dos rios e igarapés.
Nesta quarta-feira (3) o Conselho Indígena de Roraima (CIR) afirmou que garimpeiros formaram “favelas” com comércios ilegais dentro da Raposa Serra do Sol. Lideranças afirmam que há um bar e um mercado, ambos ilegais, atendendo os invasores. Dizem, ainda, que houve o aumento de barracões com lonas na região, além do número de garimpeiros na área passar de mil pessoas.
A Raposa Serra do Sol tem 1,7 milhão de hectares e é uma das maiores terras indígenas do país. Ela fica dividida entre os municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã, todos ao Norte do estado. Segundo o Instituto Socioambiental, há cinco povos que somam 26.048 indígenas vivendo no local.
Ao G1, o CIR disse que tem acompanhado a situação da barreira, e informou que não foi proibida a entrada de alimentação, agentes de segurança pública, saúde e serviços essenciais. Além de, até o momento, não ter informações sobre possíveis conflitos.
Entre as regras da barreira, o Movimento proibiu a entrada de turistas e determinou que todos os veículos, até mesmo os de órgãos oficiais, passem por vistoria.
O que foi determinado
- Horário de funcionamento em dois turnos: das 6h às 21h e das 21h às 06h;
- Todos os veículos passarão por identificação e vistoria, inclusive os oficiais, com exceção dos casos de remoção de pacientes;
- Durante o período noturno, somente os carros oficiais poderão passar (após identificação e vistoria).
- A entrada de turista está proibida.
Nota do governo