No município, as comunidades Cachoeira do Sapo, Pium, São João, Cumarú, Manoá, Novo Paraíso, Moskow e Jabuti vetaram a entrada de pessoas
Ao menos 12 comunidades indígenas de Roraima fecharam o acesso às suas terras como forma de prevenção contra o novo coronavírus, informou o Conselho Indígena de Roraima (CIR) nessa quarta-feira (25). O estado tem oito casos confirmados da doença e 21 suspeitos.
Um dos casos confirmados é de uma pessoa que vive em Bonfim, ao Norte de Roraima. No município, as comunidades Cachoeira do Sapo, Pium, São João, Cumarú, Manoá, Novo Paraíso, Moskow e Jabuti vetaram a entrada de pessoas sem autorização.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), não há casos confirmados e nem suspeitos em terras indígenas. O monitoramento tem sido realizado em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
O presidente da Funai, Marcelo Xavier, publicou portarias que limitam o acesso de civis e agentes do órgão a atividades essenciais. Também suspendeu autorizações de entradas em território indígena e as permissões já concedidas devem ser reavaliadas.
Para garantir que as medidas sejam aplicadas, os indígenas estão contando com um Grupo de Proteção e Vigilância dos Territórios Indígenas (GPVITI). Um dos integrantes é o tuxauá (líder) da comunidade do Jabuti, Ronaldo Francisco Wapichana.
“A gente vem tendo o trabalho de fiscalizar a nossa comunidade, temos que nos preocupar com o coronavírus, que veio assustando a gente e, assim, controlamos a entrada de pessoas que vem de Boa Vista e também do município de Bonfim’, afirmou o tuxauá.
A população indígena de Roraima é igual 70.596 mil, de acordo com dados da Sesai. São mais de 342 comunidades dos povos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Patamona, Taurepang, Wai Wai, Yekuana, Yanomami, Sapará, Pirititi e Wamiri Atroari.
Também restringiram o acesso as comunidades Truaru da Cabeceira e terra indígena Serra da moça, que ficam em Boa Vista, capital do estado, que tem sete casos confirmados da Covid-19 pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Rorainópolis, ao Sul de Roraima, tinha um caso suspeito até a última atualização do boletim epidemiológico da Sesau. Na região, as comunidades da Barata, Pium e Raimundão 1 também restringiram a entrada de pessoas sem autorização.