Feijões orgânicos: produção de agricultores indígenas em Roraima ganha destaque na Expoferr

Feijões e outros produtos são cultivados em montanhas a 1.400 metros de altitude, em Uiramutã. 

Agricultores e artesãs indígenas aproveitaram 41ª edição da Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr) para comercializar seus produtos, como o feijão cultivado em montanhas e as biojoias. A exposição ocorreu no Parque de Exposição Dandãezinho, localizado no Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, de 11 a 15 de novembro.

O Tuxaua Amazonas, que comercializa os feijões há mais de 20 anos, explica que o produto é cultivado de forma orgânica, sem agrotóxicos. “Estamos trazendo aqui frajelas do feijão rajado e o feijão vermelho, tudo orgânico. Uma mercadoria em perfeita qualidade para o nosso público e quem compra da gente está nos ajudando”, destacou.

Os produtos eram restritos ao Sul do país, mas devido ao clima favorável do lugar, começou a ser cultivado nas montanhas da comunidade Nova Vida II, localizada no município de Uiramutã, ao Norte de Roraima.

Lá, vivem cerca de 140 pessoas e 31 famílias, que ajudam na produção do feijão, da mandioca e do milho. “Estamos expondo aqui um dos produtos que até então só era produzido no Sul do país, mas agora nós estamos produzindo, cultivando lá no Uiramutã, nas montanhas, né? A 1.400 metros de altitude. Um clima muito propício para essa produção”, explicou o agricultor.

Biojoias

Além dele, outros indígenas aproveitaram o evento para aumentar a renda. A artesã Camila Maria dos Santos, da etnia Wapichana, decidiu ir até a feira para vender as biojoias produzidas por alunas da Associação Cultural Indígena de Roraima Kapói, localizada no bairro Raiar do Sol.

Os colares, pulseiras, brincos e anéis são produzidos a partir de caroços de açaí e jatobá, dois frutos brasileiros. Os preços variam de R$ 5 a R$ 35. “Nós fizemos [as joias] lá na associação, eu sou a professora dos artesãos. O material utilizado é o caroço de açaí e de jatobá, que são pintados”, explicou a artesã.

As joias demoram cerca de 30 minutos para ficarem prontas, dependendo do modelo. “Convido vocês para irem até a associação e aprender a fazer os artesanatos. Também convido para que venham aqui [na Expoferr] conhecer o trabalho dos nossos artesãos”, disse.

Expoferr

A 41ª edição da Expoferr conta com uma vasta programação, com shows de artistas nacionais, além de exposições de animais, corrida de cavalo, vaquejadas, negócios, palestras e outras atividades.

Com uma estimativa de receber 200 mil pessoas, o evento aconteceu durante cinco dias. A expectativa do governo de Roraima, responsável pela realização da festa, é que a festa movimente cerca R$ 100 milhões em volume de negócios.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Dossiê “Amazônia contra o Antropoceno” aborda sociodiversidade da região

Na publicação constam nove artigos de arqueólogos, antropólogos e ecólogos, indígenas e não indígenas.

Leia também

Publicidade