Dona do restaurante deu o nome de ‘Dony’ para o jacaré, que tem mais de 2 metros. Especialista alerta sobre os riscos de aproximação com o animal.
Um cliente bem diferente. Esse é o ‘Dony’, um jacaré de mais de dois metros que há cerca de cinco anos tem frequentado o restaurante da Vanderleia Passos, às margens do rio Madeira em Porto Velho (RO). Ribeirinha, Dona Léia, como é conhecida, conta que quando viu o jacaré pela primeira vez não se assustou e com o tempo construiu uma “relação” com o bicho. Especialista que analisou o caso e alertou que a aproximação com o animal gera riscos, pois ele é um “predador de topo de cadeia”.
“Eu não gosto de ver cobra, mas o jacaré é totalmente diferente. Quando ele apareceu aqui, comecei a jogar uma carne e chamar ele pelo nome, ela saía com a cabeça para fora da água e pegava a comida”, lembra.
No perfil de uma rede social, Dona Léia mostra o Dony indo buscar a carne entre folhagens no quintal do seu restaurante. Ela conta que essa carne é o do restaurante. “Pedaço de carne, ossos, pele de frango, tambaqui, é o que jogo pra ele. Mas costumo brincar que quem quiser doar filé, contrafilé, picanha, ele come também”, diz.
Leia diz ter escolhido o nome do jacaré pelo sonoridade. Uma estrutura de madeira com mais de dois metros de altura foi montada a pedido dela no local para garantir a proteção dos clientes. “Ele não sobe. Às vezes as pessoas ficam curiosas e por questão de segurança para elas e para o Dony, preferi cuidar”, fala.
O Dony faz a visita dele apenas na época conhecida como inverno amazônico, que é quando há aumento no volume de chuva. “Quando tem muita água, no inverno, ele aparece por aqui. Eu faço a limpeza para manter ele sempre por aqui. Na época da seca, ele some”, conta.
Especialista destaca perigos do predador
O biólogo Adriano Martins explica que a aproximação do animal se trata de costume e não de domesticação. “A domesticação seria um termo impróprio, pois não se domestica um bicho desse, o que acontece é um costume. É muito difícil acostumar um bicho desses por uma série de fatores, como por exemplo, oferecer resto de carne, frango, que podem estar contaminados com alguma bactéria ou vírus, que pode ocasionar uma anormalidade na saúde natural do animal. Isso por si só, é um prejuízo para o bicho. Nenhum bicho silvestre precisa ser alimentado”, explica.
Além dos riscos à saúde do animal, o biólogo também menciona o risco às pessoas, já que o jacaré tem um “ataque avassalador”. Manter a distância é a principal defesa, explica Adriano.
“Esse bicho é um predador de topo de cadeia. Ele tem uma força descomunal e uma potência absurda com um ataque avassalador. Não tem como se defender do ataque de um animal desse. É impossível se livrar da boca dele”,
alerta o biólogo.
*Por Jheniffer Núbia, do g1 Rondônia