Antes e depois: fotógrafo mostra como fica o céu de Porto Velho encoberto por fumaça de queimadas

As imagens registradas com um drone mostram a diferença de paisagem entre a capital sem e com a fumaça proveniente de queimadas que acontecem no Estado.

O fotógrafo Daniel Salazar impressionou seus seguidores ao compartilhar imagens que mostram o céu de Porto Velho, capital de Rondônia, antes e depois de ser encoberto pela fumaça proveniente de queimadas. Segundo o fotógrafo, as fotos foram feitas com um mês de diferença.

Internautas demonstraram preocupação, visto que a época é marcada por queimadas intensas no Estado e na região amazônica.

Foto: Reprodução/Instagram-pvh.drone (Daniel Salazar)

20 cigarros por dia?

Segundo o analista ambiental e doutor em Biologia Experimental, César Guimarãescomo a industrialização não é tão intensa no Estado, a grande fonte da poluição são as queimadas.

De acordo com a aferição da qualidade do ar, neste período de seca e queimadas, é possível que uma pessoa inale o equivalente ao consumo de 20 cigarros por dia.
“As consequências são imensuráveis, além de impactar na qualidade do ar diretamente, sobrecarrega o sistema de saúde com as doenças respiratórias e impacta a Fauna local. Recolhemos um número enorme de animais mutilados, queimados e intoxicados nesse período e as doenças provenientes da recorrência do lixo pulverizado, distribuído no ar é imponderável”, esclareceu César sobre riscos da inalação contínua do ar poluído.

Problemas na saúde

Na época de seca, os moradores relatam ser normal a tosse e a falta de ar. Com o acréscimo da inalação de fumaça provenientes de queimadas, os problemas de saúde podem se tornar mais sérios a longo prazo.

De imediato, os materiais contidos na fumaça como monóxido de carbono, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio, podem trazer dificuldade para respirar, dor e ardência na garganta, além de vermelhidão nos olhos.

Com o tempo e a exposição contínua a esses materiais, os problemas de saúde são mais sérios por prejudicarem pulmões, vasos sanguíneos e até o sistema imunológico. As crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios sofrem ainda mais nesse período.

A previsão é que a população sinta a diferença no ar apenas com o retorno das chuvas, ou seja, meados do mês de outubro.

Verão amazônico 

Segundo o meteorologista Marcelo Gama, Rondônia passa pelo período em que os termômetros registram o aumento da temperatura e o clima fica mais seco.

“Rondônia está passando pelo período do verão amazônico, que em média ocorre entre junho e agosto. Neste período do ano as precipitações são bastante reduzidas e geralmente ocorre de forma pontual”, 

explicou.

Confira os registros de Salazar:


COM FUMAÇA

CÉU LIMPO


A primeira foto foi tirada em julho de 2022 e o segundo registro foi feito no início do mês de agosto do mesmo ano. As duas fotografias foram feitas com um drone especial.

*Por Loide Gonçalves, do G1 Rondônia


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