“A gente precisa de profissionais para cuidar da saúde indígena”, alerta primeira biomédica do povo Suruí em Rondônia

Tonica Homangadje Suruí, de 28 anos, formou-se em Porto Velho e comenta desafios da trajetória.

Tonica Homangadje Suruí, de 28 anos, é a primeira biomédica do povo Suruí em Rondônia. A colação de grau aconteceu em Porto Velho na última quarta-feira (9) e ela conta que sua intenção é unir a sabedoria ancestral dos povos originários com o conhecimento adquirido na academia para ajudar no campo da saúde indígena.

“Eu escolhi biomedicina porque é muito importante para nossa cultura, nós também usamos plantas medicinais e é uma área muito boa porque a gente precisa de profissionais para cuidar da saúde indígena”, 

comentou Tonica.

Durante a jornada acadêmica, ela teve que lidar com as diferenças linguísticas, com a distância de casa e com a estrutura social que costumava ditar quem tinha acesso ao ensino superior e quem não tinha.

“Na cidade é muito diferente da aldeia, então eu tinha que enfrentar muitas coisas, além de entender as palavras várias outras dificuldades também”, lembra.

Para os colegas de turma, ela sempre mostrou coragem para se desenvolver e adquirir conhecimento. E boa parte dessa coragem e força vinha da família. Os parentes que acompanham de perto a caminhada da primeira biomédica do povo se alegram com as conquistas.

“É um momento de muita emoção e muito orgulho para a família inteira e para o povo indígena ter uma mulher de aldeia que estuda, que consegue se formar. É muito difícil se formar hoje em dia”, 

comentou a indigenista Ivaneide Bandeira.

*Por Victória Ferreira

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