Já se passaram 20 anos do início de minha adolescência e lembro dos meus 13 anos repletos de tardes assistindo MTV, jogando The Sims e fazendo downloads que duravam horas – e até dias – no Shareaza. Além dos amigos da minha rua e colégio, a internet me abriu janelas para conhecer o mundo junto com conhecidos virtuais, por meio de sites como Fotolog e Orkut. Foi o início das aventuras online do @rafa_bolha (naquela época, não tínhamos ~arroba~, e sim Nicks).
O fim da internet discada
Hoje em dia temos notícias, músicas, jogos e até aplicativos de paquera de forma gratuita. E, para ser sincero, nunca pensei que poderíamos um dia ter tudo isso na palma das mãos com uma internet tão rápida – Lembra quando a maior velocidade oferecida em Manaus era de 1MB?
Em 2000, marcou para mim o fim daquele som de internet discada (Dial-up) ensurdecedor e que acordava todo mundo da casa na madrugada, quando a conta do telefone “era mais barata”. Era o fim do “Rafaeeeeel, vai dormir!!!” das 3h da manhã.
Música: CD ou MP3?
Passei os anos 90 e começo de 2000 visitando a parte de CDS da Bemol e a extinta Disco Magia para ouvir 15 segundos dos discos e pesquisar qual seria o próximo que iria chegar à minha coleção.
Para artistas consagrados, era um período incerto. Afinal, até onde a internet os ajudava ou prejudicava? Bandas ainda viviam da venda de CDs, mas a queda foi real: já era raro ter vendas acima de 20 milhões de discos – como existia na década de 90. Tudo isso “graças” ao compartilhamento de arquivos MP3 gratuitamente via aplicativos de download como Napster, Shareaza e Kazaa. Era ruim para eles, mas ali começava o que temos hoje em aplicativos como o Spotify: variedade de músicas e playlists com nossas preferidas de fácil acesso.
O começo do YouTube e fim da MTV
O YouTube só chegou para o mundo em 2005 – e tenho muito orgulho de ter sido um dos primeiros a ter canal e utilizar a plataforma como uma rede social. Lembro até hoje a minha primeira busca: a banda “The Cardigans”. Não tinha muita coisa, mas sem dúvida tudo que encontrava não passava tão fácil na MTV Brasil, e isso para mim valia ouro. Foi aí que comecei a substituir minhas fitas VHS para começar a colecionar videoclipes em CD-Roms e VCDs (só os fortes lembram disso).
Você era #TimeOrkut ou #TimeFacebook?
Entrei no Facebook em 2008 e naquela época o Orkut era o principal site de comunidade online para acesso a informação e entretenimento (principalmente). A mudança começou a acontecer no fim da década, quando o Facebook se mostrou mais dinâmico e “jovem” que o outro site. A essa altura do campeonato, a dúvida era como salvaríamos todo o conteúdo do Orkut para a nova queridinha da Internet. Mas não vou mentir, muitas comunidades definiram meu caráter até hoje. Sdds.
Máquina do Tempo: quando teremos?
A nostalgia é real e me invade quando relembro essa década, mas tenho quase certeza que se pudesse voltar ao tempo, ficaria bem estressado com a velocidade da internet e a qualidade dos arquivos antigos. Ao mesmo tempo, a interação com amigos parecia ser mais humana (talvez por não ser instantânea como as coisas são hoje).
Tal humanização faz falta nessa época em que somos bombardeados por informações, consumo e que classifica como “hinos” músicas que jamais entrariam no Disk MTV. Por essas e outras, não abro mão do meu cd player e da minha coleção de discos de vinil – que permite que eu seja o VJ da trilha sonora da minha rotina.
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O line-up do festival traz espetáculos de música e imagem como o Ciclope Studio, projeto de artes visuais da Bolívia e o feat entre Tambores do Pacoval e Mestra Bigica.