Foto: Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária
No interior de Humberto de Campos, no Maranhão, a produção de mandioca tem melhorado tanto em quantidade quanto em qualidade. Os produtores da região, desde a chegada de Assistência do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), tem compreendido melhor sobre como gerir seus negócios e técnicas novas de plantio.
O produtor José Maria da Silva relatou sobre os inúmeros benefícios alcançados após receber a assistência do Senar, tanto nos serviços mais simples, quanto nos mais complexos que, para ele, era a gestão da produção.
“Antes eu não tinha planejamento e nem sabia cultivar direito. Com a chegada do Senar as coisa mudaram, comecei a me organizar melhor, aumentei de 50% a 100% a produção, me apaixonei pela atividade e quero aumentar ainda mais. Antes eu quase não tinha para consumo agora consigo até estocar”, contou.

A equipe técnica do Senar lista uma série de ações tomadas inicialmente em propriedades como a de José, destacando-se:
- Diagnóstico e Planejamento Estratégico – Identificação dos principais desafios da propriedade e elaboração de um plano de ação com soluções viáveis.
- Adequação Tecnológica – Introdução de boas práticas agrícolas, melhoramento genético de variedades, mecanização da área, e manejo adequado do solo.
- Correção e Manejo do Solo – Recomendações para correção da acidez com calcário e gesso, adubação equilibrada e melhoria da fertilidade do solo.
- Capacitações Profissionais – Realização de treinamentos específicos para produtores e trabalhadores, abordando temas como preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita.
- Monitoramento e Avaliação Contínua – Acompanhamento técnico periódico, coleta e análise de indicadores de desempenho para ajustes no planejamento.
- Gestão da Produção e Comercialização – Introdução de ferramentas gerenciais para controle de custos, análise de rentabilidade e planejamento da comercialização.

Ao longo de um ano de atendimento, os indicadores produtivos e econômicos são comparados com os dados iniciais do diagnóstico, permitindo avaliar os impactos das ações implementadas.
Quanto a gestão, os técnicos relatam algumas práticas administrativas realizadas em propriedades que estão iniciando a produção. A gestão, segundo a equipe técnica, começa com a implantação de práticas administrativas simples, mas essenciais para a organização e tomada de decisões.
O processo conduzido inclui os seguintes passos:
1- Registro de Informações Financeiras e Produtivas – O produtor deve anotar todas as receitas, vendas de produtos e despesas, insumos, mão de obra, maquinário, entre outros, garantindo um controle financeiro eficiente.
2- Uso do SISATEG (Sistema de Acompanhamento da ATeG) – Os dados coletados pelo produtor são repassados mensalmente aos técnicos do Senar, que inserem as informações no sistema para análise e acompanhamento.
3- Análise de Custos e Rentabilidade – Com base nos registros financeiros, são calculados indicadores como custo operacional efetivo, custo operacional total, custo total, margem bruta e líquida, e rentabilidade da atividade.
4- Planejamento Financeiro e Estratégico – Definição de metas e estratégias para melhorar a eficiência produtiva e a rentabilidade do negócio.
5- Capacitação em Gestão Rural – Treinamentos para o produtor e sua família sobre temas como administração rural, precificação, comercialização e acesso a mercados.
6- Acompanhamento e Ajustes – Com o passar do tempo, os dados são analisados para identificar pontos de melhoria e ajustes na gestão da propriedade.
Esse modelo de gestão permite que o produtor tenha maior previsibilidade sobre os custos, tome decisões mais assertivas e aumente a sustentabilidade econômica da propriedade ao longo do tempo.