Queda no número de casos marca Dia Mundial de Combate à Malária no Pará

O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente a espécie parasitária, podendo ser por P.vivax , P.falciparum ou mista

No Dia Mundial de Combate à Malária, que transcorre neste domingo (25), o governo do Estado do Pará tem motivo para comemorar, pois tem conseguido reduzir o número de casos da doença apoiando os municípios no diagnóstico e tratamento precoces, o que evita que a doença se propague entre a população a partir de um primeiro caso notificado em uma comunidade.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o número de casos de malária caiu de 32.753 em 2019 para 23.843 em 2020, representando uma queda de 27,20%. E ao se comparar o primeiro trimestre de 2020 com 4.936 casos, com o primeiro trimestre de 2021 com 4.334 casos, a redução foi de 12,19%. Os números de 2020 ainda são parciais porque a alimentação do sistema prossegue até junho deste ano.

O diagnóstico da malária pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.

O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente a espécie parasitária, podendo ser por P.vivax , P.falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Foto: Divulgação

Cenário atual

Dos 4.334 casos positivos de malária, 774 foram positivos para do P. falciparum, que é a forma mais grave da doença.

Quanto à distribuição dos casos, 59,2% estão na região do Tapajós, (Jacareacanga e Itaituba); 16,8% na região do Marajó (Anajás, Breves e Bagre) e 10,2% na região do Baixo Amazonas, (Almeirim, Alenquer e Oriximiná), que juntos correspondem a 86,2% de toda a malária do estado do Pará.

Atualmente, os municípios prioritários para controle da malária no Pará são Jacareacanga, com Incidência Parasitária Anual (IPA) de 217,3, Anajás (IPA17,2), Itaituba (IPA 10,3), Almeirim (IPA 5,8), Bagre (IPA3,7), Chaves (IPA3,2). Alenquer (IPA 2,5), Oeiras do Pará (IPA 2,3) e Breves (IPA2,2).

Ações da Sespa

Segundo a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paola Vieira, a Sespa trabalha em conjunto com os municípios paraenses, principalmente com ações de supervisão nas quais são analisados e avaliados dados epidemiológicos e estrutura operacional dos Centros Regionais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde.

A Sespa também apoia os municípios nas ações de vigilância, prevenção e controle da malária, garantindo a execução de ações por meio de avaliação, monitoramento, regulação de insumos estratégicos e ações complementares e/ou suplementares. 

Foto: Divulgação

 Paola Vieira explicou que, em relação aos municípios que têm alto índice de malária, a Sespa atua diretamente com ações de força-tarefa, nas quais os técnicos do Estado se unem à equipe municipal para intensificar as ações de controle, ou seja, busca ativa de casos, tratamento de pacientes, distribuição e instalação de mosquiteiros, controle químico, entre outras.

A Secretaria Estadual também realiza capacitações em diagnóstico e tratamento, treinamento nos sistemas de informação, técnicas de controle químico para profissionais municipais. “Trabalhamos para garantir a proteção e a promoção da saúde da população vulnerável e suscetível para a malária de forma a alcançarmos as metas e diretrizes do Programa Estadual de Controle da Malária”, afirmou Paola Vieira.

Dificuldades

De acordo com a diretora de Controle de Endemias, Adriana Tapajós, a principal dificuldade que os municípios com altos índices de malária enfrentam para manter controle da malária é o acesso às localidades. “Nesses municípios, a malária está concentrada principalmente nas localidades mais distantes da sede municipal, em áreas de difícil acesso que consequentemente necessitam de um maior investimento em equipamentos como voadeiras, barcos, motos, carros e recursos humanos que são insuficientes, além de requerer gastos com combustíveis”, explicou.

Foto: Divulgação

Assim como outras endemias, o controle da malária também sofreu impactos da pandemia de Covid-19. O principal deles foi causar o afastamento de servidores acima de 60 anos e com comorbidades dos seus postos de trabalho, visto que a principal estratégia de combate do programa é o diagnóstico e tratamento oportuno de pacientes. “Como a maioria dos postos de diagnósticos ficam em áreas estratégicas, o afastamento desses técnicos dificultou a oportunidade de acesso a diversas comunidades”, comentou Adriana Tapajós.

Além disso, há os determinantes ambientais e sociais que contribuem para o aumento do registro de casos, tais como a mudança drástica do meio ambiente e fluxo de pessoas à procura de trabalho.

Saiba mais 

A malária é transmitida pela picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas pelo protozoário Plasmodium. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Há pessoas que, antes de apresentarem tais manifestações, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade