Planetário do Pará diz que objeto luminoso que cruzou os céus do Estado era lixo espacial

Criação de base de monitoramento de objetos que adentram o espaço paraense está em avaliação pela direção da instituição

Um objeto voador brilhante foi visto a olho nu no céu de Belém e das demais cidades do estado do Pará, na noite da última terça-feira (16). O fenômeno astronômico intrigou muitos paraenses, que tiveram a oportunidade de registrar o objeto, que lembra um cometa. O técnico em Física do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA), Reginaldo Corrêa Jr, afirma, no entanto, que se trata de lixo espacial.

“O efeito luminoso avistado na verdade era lixo espacial, identificado como NORAD 22032, que fez parte do foguete francês, Ariane 44L, lançado da Guiana Francesa em 9 de julho de 1992. São restos do foguete que ficaram em órbita por mais de uma década na Terra e que acabaram adentrando na atmosfera terrestre, e quando isso ocorre gera esse efeito luminoso que pode ser observado”, explica o técnico.

Segundo a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), o fenômeno pôde ser acompanhado também em outros estados, como no Ceará, mas os testemunhos se concentraram na Região Metropolitana de Belém, onde boa parte do objeto se desintegrou.

“Nós fomos privilegiados, porque em Belém pode ser visto no momento em que ele adentrou a atmosfera e à medida que ele vai caindo o brilho vai diminuindo, ou seja, estávamos no momento certo e na hora certa”, garantiu Reginaldo.

Foto: Divulgação

Teve paraense tão surpreso que não conseguiu fazer o registro, mas admirou por alguns segundos o objeto voador. “Eu dei sorte de estar na calçada de casa no momento, bem de frente para onde passou o risco no céu. Na hora, imaginei que talvez seria o lançamento de algum foguete, satélite ou sonda. Aqui em Irituia, o fenômeno durou cerca de dez segundos e só foi visível o clarão principal, nem deu tempo de pegar o celular”, disse o estudante Wander Lima.

Apesar do fenômeno ser assustador, o técnico do planetário explica que não representa riscos significativos para a população. “Todos os processos de lançamento são friamente calculados, além disso também são monitorados, então esse lixo espacial foi programado para cair no mar, no meio do Oceano Atlântico.

Planetário 

O Planetário do Pará “Sebastião Sodré da Gama” é o primeiro da região Norte do Brasil e foi fundado em 30 em setembro de 1999, vinculado à Universidade do Estado do Pará – UEPA com a missão de criar possibilidades de melhorias do ensino e aprendizagem de ciências, principalmente da Astronomia. Segundo o técnico do planetário, no ano de 1995 os belenenses puderam observar um eclipse solar anular, o que teria motivado a criação do planetário há 22 anos.

Foto: Divulgação

“Estamos estudando a criação de uma base de monitoramento desses objetos que adentram no céu do Pará. Esse fenômeno foi uma surpresa para nós, então existe uma necessidade de criar essa estação para rastrear, para que possamos tentar prever quais serão os eventos astronômicos que podem ser vistos no nosso estado e informar para a população”, ressaltou o Reginaldo

Durante a pandemia, o centro estava atendendo com visitas presenciais escolares programas e também virtuais. Contudo, com as medidas mais restritivas e para frear a propagação do novo coronavírus as programações estão suspensas temporariamente.

“Agora, nós estamos com conteúdos voltados para as nossas redes sociais, semanalmente estamos com o quadro planetários curiosos, e neste mês de março tivemos o mês da mulher, onde colocamos as curiosidades das cientistas brasileiras e suas grandes descobertas. Também temos as lives e seminários através das nossas redes sociais”, reforçou o técnico do planetário. 

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