Pará avança rumo à erradicação da mosca-da-carambola

Apesar do nome, a mosca-da-carambola ataca mais de 30 espécies diferentes de frutas, entre elas a laranja e a tangerina

Considerada a principal ameaça à fruticultura nacional, a mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) encontra no Pará seu maior adversário: o trabalho de detecção e correção da praga desenvolvido pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), por meio do Programa Nacional de Erradicação da Mosca da Carambola (PNEMC).

Seis dos sete municípios que apresentaram ocorrência da praga estão aptos a mudarem para o status de área erradicada. A mudança está sendo pleiteada junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Foto: Divulgação

Em Curralinho, no Marajó, por exemplo, a última ocorrência da praga foi em maio de 2014. Nos municípios de Gurupá e Portel, também na região do Marajó, a praga foi detectada pela última vez em agosto e outubro de 2015, respectivamente.

Os bons frutos, no entanto, não significam relaxamento no trabalho do programa. Muito pelo contrário. “O trabalho de monitoramento e combate da praga não para. Monitoramos a presença da mosca todos os dias da semana. Sem ele, a praga poderia se disseminar o que levaria todo o mercado nacional de exportação de frutos in natura a se tornar alvo de restrições”, explica o engenheiro agrônomo e gerente do Programa de Erradicação da Mosca das Frutas, Adalberto Tavares.

Apesar do nome, a mosca-da-carambola ataca mais de 30 espécies diferentes de frutas, entre elas a laranja e a tangerina. A presença do inseto afeta diretamente a economia, uma vez que os produtores da região afetada pela praga ficam impedidos de comercializar para outras localidades.

Combate

As ações corretivas à praga se dão em três frentes: detecção, correção e educação. Para identificar a presença do foco da mosca são instaladas dois tipos de armadilhas: a armadilha Jackson captura machos; e a armadilha McPhail captura machos e fêmeas da espécie. Ambas identificadas e georreferenciadas para possibilitar o monitoramento.

Foto: Divulgação

“Apenas para o trabalho de detecção, atualmente a Adepará monitora 1.805 armadilhas estrategicamente distribuídas pelos 144 municípios do Estado, 149 delas localizadas na Região Metropolitana de Belém”, detalha a fiscal estadual agropecuária, Júlia Maia, responsável pelo serviço de levantamento e detecção da praga.

A correção é feita pela pulverização de iscas tóxicas, com os inseticidas adequados, coleta e destruição dos frutos atacados e controle do trânsito. Ou seja, os frutos da região afetada, que são hospedeiros da praga, não podem transitar para o resto do Estado.

Para garantir o sucesso do Programa, moradores e produtores dos municípios onde a praga já foi detectada e eliminada também recebem ações educativas que incluem a visita de técnicos da Adepará, com o objetivo de conscientizar e esclarecer à população sobre as ações de combate e prevenção, legislação vigente, trânsito de frutos hospedeiros, danos econômicos e os problemas sociais gerados pela mosca-da-carambola.

Os técnicos visitam residências, hidroviárias, embarcações, estabelecimentos comerciais, feiras, órgãos estaduais e federais, escolas e universidades, distribuem material informativo e alertam sobre o risco ao se transportar frutos potencialmente infestados. Quem transportar ou vender frutos hospedeiros das regiões com a presença da mosca carambola poderá sofrer penalidades impostas pela Lei Estadual nº 7.392/2010, que prevê a apreensão e destruição das frutas e multa para quem as transporta ou comercializa. 

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