Livro lançado em Santarém conta histórias de naufrágios na Amazônia

Com 364 páginas, a obra conta com depoimentos e relatos de sobreviventes, autoridades e parentes vítimas de 40 naufrágios registrados nos rios

O lançamento do livro “Sobral Santos II e Novo Amapá”aconteceu na última terça-feira (19) e contou com a presença de advogados, jornalistas, empresários e autoridades na noite de autógrafos.

De autoria do jornalista paraense Evandro Corrêa, o livro relembra os bastidores dos maiores naufrágios registrados nos rios amazônicos, em especial, os navios Sobral Santos II e Novo Amapá que naufragaram em 1981, deixando mais de 600 mortos.

A obra também detalha tragédias mais recentes como naufrágio do navio Anna Karolinne III, que aconteceu ano passado matando mais de 40 pessoas. Assim como o caso do rebocador da Bertolini, no município de Óbidos. Os naufrágios do Correio do Arari, Aidar Beiruth, Capitão Ribeiro e São José do Acará também são relembrados na obra.

Foto: Divulgação

Segundo o autor, que é também jornalista, o desejo de contar histórias de naufrágios foi despertado ainda na sua infância, em Belém.

“Eu ainda tinha dez anos e morava em Belém, foi quando teve aquela tragédia do Sobral Santos, que naufragou no dia 19 de setembro de 1981. Ali eu comecei a despertar para o jornalismo, porque foi uma tragédia chocante, ainda estavam na ditadura militar. Eu me lembro que eu vi a revista Manchete, ela botou fotos impactantes, aquilo me chamou a atenção, uma tragédia que ceifou a vida de mais de trezentas pessoas, né? E chamou atenção porque o barco naufragou, ancorado no porto de uma cidade”, contou Evandro Corrêa.

Para produzir o livro, foram mais de dois anos e o trabalho demandou pesquisa. O livro de 364 páginas conta com depoimentos e relatos de sobreviventes, autoridades e parentes de vítimas de 40 naufrágios registrados nos rios da Amazônia.

“O livro traz detalhes desses naufrágios. No caso do Novo Amapá, por exemplo, pouca gente sabe, mas o barco naufragou numa região do Rio Cajari, onde o acesso era difícil e até que chegasse o socorro, os corpos ficaram de dois a três dias boiando no rio, tem uma foto no livro inclusive que revela bem isso, né?”, destacou.

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