Foto: Divulgação/Cisam-UFPA
Uma comitiva da Universidade Federal do Pará (UFPA), composta por professores do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia (Cisam-UFPA) e por representantes de importantes redes de pesquisa, esteve em Cayenne, na Guiana Francesa, para estabelecer uma cooperação transfronteiriça voltada à preservação socioambiental da Amazônia entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro. O encontro marca o início da construção de uma rede internacional para a promoção de um futuro mais sustentável e saudável para a região amazônica.
O encontro, que teve como foco o debate de estratégias colaborativas, contou com mais de 60 participantes, com representantes da UFPA, da Universidade da Guiana Francesa e de diversas instituições de pesquisa francesas, como: AgroParisTech, EcoFoG, ARS, BRGM, CIRAD, CNES, CNRS, Ifremer, INRAE, IRD, entre outras.
“Acreditamos que a Guiana Francesa e o Brasil compartilham tanto oportunidades quanto desafios semelhantes. Somente com a união de esforços e o compartilhamento de boas práticas, podemos pensar em soluções efetivas para os problemas ambientais da Amazônia e conservar a sociobiodiversidade e os serviços essenciais que ela fornece à humanidade”, aponta o professor da UFPA Leandro Juen.
De acordo com o professor do Instituto de Ciência Biológicas da UFPA Hervé Rogez, que já recebeu várias delegações da Guiana Francesa na UFPA, o atual momento é oportuno e crucial para que esta parceria seja ampliada e fortalecida, devido à “oportunidade que há hoje, com governos mais comprometidos com o futuro da região amazônica, com as mudanças climáticas impactantes desde 2023, com a COP 30, que será em Belém, e com uma massa crítica de pesquisadores amazônidas para fazer acontecer nesta nova cooperação científica”.
Intercâmbio de conhecimento e experiências
Ao longo da semana de visitação, também foram discutidas estratégias de fortalecimento da cooperação científica entre as instituições, incluindo a elaboração de projetos de pesquisa para editais, além de iniciativas para a mobilidade de estudantes e docentes, sendo todas as atividades com potencial de gerar avanços científicos e sociais que beneficiem toda a região amazônica.
Para a professora Thaisa Michelan, que aproveitou a oportunidade para falar sobre os Programas de Pós-Graduação da UFPA que estão interessados em trocas de experiências e cotutela de discentes de mestrado e doutorado, “a missão também foi uma excelente oportunidade de apresentar as redes de pesquisa do PPBio AmOr e do INCT-SinBiAm, visando ampliar parcerias e fortalecer a internacionalização da UFPA e dos grupos de pesquisa amazônicos”.
Com o objetivo de tentar prospectar possíveis parcerias e linhas de interesse em comum, após as reuniões, foram realizadas visitas a empresas dos ramos da cosmética e da fruticultura, grupos de pesquisa e instituições. Entre os visitados, estão a empresa de beneficiamento de frutas Yana Wassai, que pretende realizar parcerias com instituições brasileiras; a estação Científica Paracou do Cirad, que desenvolve projetos de monitoramento e de avaliação de condições climáticas; e o Laboratório de Madeira, que cataloga os tipos de madeiras disponíveis e estuda a possibilidade de novos usos da fibra da madeira.
“A missão rendeu bons frutos, com ampla possibilidade de convênios e cooperações bilaterais favorecendo as duas instituições e os dois estados. Esta é uma excelente oportunidade para a construção de um diálogo entre acadêmicos e os protagonistas que habitam a Amazônia”, resume a professora Ândrea Ribeiro dos Santos.
A realização da missão foi um trabalho em conjunto da Universidade Federal do Pará, do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia (Cisam), do Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBian), do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental (PPBio-AmOr), da Unidade EMBRAPII UFPA-Bioeconomia, da Embaixada e do Consulado Francês e da Université de Guiana.
*Com informações da UFPA