Nascido no dia 21 de novembro de 1929, Benedito foi filósofo, professor, crítico literário e escritor brasileiro
Dia 16 de agosto é comemorado o dia do filósofo, e uma das figuras mais importantes da filosofia e da Amazônia, é Benedito Nunes, o pequeno pai do tempo.
Benedito José Vianna da Costa Nunes nasceu em Belém, no dia 21 de novembro de 1929, e era filho único de Benedito da Costa Nunes e de Maria de Belém Vianna da Costa Nunes. Além de filósofo, Benedito foi professor, crítico literário e escritor brasileiro.
Benedito a sua vida toda morou em Belém, capital do Pará, e se tornou bacharel em
Direito, fazendo o curso entre 1949 e 1952, na Faculdade de Direito do Pará, atualmente chamada de Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele se casou com sua colega de curso, Maria Sylvia com quem viveria toda a sua vida.
Benedito se definia como professor, onde começou a lecionar em 1949, no Colégio Moderno, e depois também nos colégios Marista Nossa Senhora de Nazaré, Gentil Bittencourt, Santa Rosa e Paes de Carvalho, onde ministrou as disciplinas Filosofia, História Geral e História do Brasil.
De acordo com o estudo realizado em 2012 pela autora mestre Maria Stella Faciola Pessôa Guimarães, o professor trabalhou na antiga Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) e no Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE) e principalmente, Benedito foi professo da UFPA, onde se aposentou em 1988, e passou a ser professor emérito. Além disso, ele também atuava como professor visitante em universidades no exterior..
Ministrando um curso em Rennes entre 1968-1969, Benedito esteve na Universidade do Texas em Austin, como Edward L. Tinker Visiting Professor, em 1980; novamente na Universidade de Haute Bretagne, em 1983-1984; novamente na Universidade do Texas em Austin, em 1989; na Universidade Vanderbilt, em Nashville, Estados Unidos, em 1990; e na Universidade da Califórnia em Berkeley, em 2002.
Benedito publicou livros como O mundo de Clarice Lispector, Introdução à filosofia da arte, Filosofia contemporânea, O dorso do tigre, João Cabral de Melo Neto, Leitura de Heidegger, O tempo na narrativa, No tempo do niilismo e outros ensaios; Crivo de papl, Hermenêutica e poesia: o pensamento poético, O Nietsche de Heidegger, Dois ensaios e duas lembranças, Crônica de duas cidade: Belém e Manaus (em parceria com Milton Hatoum), A Clave do poético, Ensaios filosóficos, entre outros.
Em 1987, venceu o Prêmio Jabuti de Literatura, pelo estudo da obra de Martin Heidegger que culminou em Passagem para o Poético, e em 2010, pela crítica literária A Clave do Poético.
De acordo com a tese de mestrado de Maria Stella Faciola Pessôa Guimarães, o olhar de Benedito está presente em toda a sua trajetória.
“Quando se expressa sobre a Amazônia – e/ou especificamente sobre o Pará e Belém – como nos textos que coligi no corpus, as principais categorias usadas por Benedito são cultura, história e sociedade. Essas palavras-chaves estão bem aproximadas em Luzes e Sombras do Iluminismo paraense, acentuando as culturas, delineando a sociedade e mostrando o sentido da história numa região como a Amazônia, onde a realidade é bem mais ampla do que as falas das elites revelam.”
Trecho do estudo ‘Um Olhar Atrás da Escrita: O Pensamento de Benedito Nunes Sobre a Amazônia’, da autora Maria Stella Faciola Pessôa Guimarães, 2012, p. 64.
Considerado referência em literatura e filosofia, realizando trabalhos sobre Heidegger, Sartre, Nietzsche, Camus, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.
Ao todo, Benedito Nunes escreveu 15 obras, e em 2010 foi condecorado com o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 27 de fevereiro de 2011, aos 81 anos.
Referência
GUIMARÃES, Maria Stella Faciola Pessôa et al. Um olhar atrás da escrita: o pensamento de Benedito Nunes sobre a Amazônia. Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro. Núcleo de Altos Estudos Avançados Amazônica, 2012.