Além disso, dimensionar o valor econômico intrínseco da biodiversidade a partir de documentos de absoluta consistência técnica, e, com efeito, nortear ações de governo nesse estratégico campo. Iniciativas que, por outro lado, possibilitarão medir o passivo do governo Federal em relação à região, e, assim, fundamentar agenda de negociação em Brasília para o seu resgate.
O fato é que, sozinhos, não chegaremos muito longe como não chegamos até hoje. O Polo Industrial de Manaus, circunscrito a sete cadeias produtivas que respondem por 93% das atividades do parque manufatureiro instalado, não irá certamente desaparecer diante do padrão de alta competitividade internacional alcançado pelas potências que lideram a evolução tecnológica mundial. Permanecerá, contudo, restrito ao mercado doméstico, mesmo assim sujeito a concorrência estrangeira cada vez mais acirrada. Ao que se pode inferir, com peso relativo mais modesto no conjunto da economia amazonense.
Para tanto, impõe-se tornar a região em definitivo prioridade nacional, permitindo a canalização de fluxos financeiros demandados por essas novas configurações econômicas. Fundamental que o Executivo acredite firmemente nessa perspectiva, dispensando-lhe a devida atenção por meio de políticas públicas e ações de governo compatíveis.
As carências são extremadas, como complexos são os meios lógicos subjacentes ao equacionamento de solução matemática de qualquer porte. Além disso, visão de longo prazo do Executivo, meios técnicos e pessoal qualificado para o exercício da governança do sistema de pesquisa e desenvolvimento, altamente deficitários no Amazonas.
Além do empobrecimento da estrutura técnica (física e de pessoal), há de se observar, por outro lado, que, tanto o sistema de Planejamento quanto o de Ciência e Tecnologia, desativados, levaram o Estado a perder conectividade com instâncias correlatas localmente e em Brasília, e, no plano internacional, junto a organismos multilaterais, como Banco Mundial, fundos soberanos japoneses, coreanos e alemães.
De igual forma, o Estado deixou de lado a estruturação de parcerias público privadas (PPP) com grupos empresariais nos campos da biotecnologia, do ecoturismo e da mineração. Impõe-se, com efeito, agir rápido no resgate da capacidade de elaboração de estudos e projetos setoriais, instrumentos que tem por função primordial subsidiar e instrumentalizar tais negociações.