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Quarta, 24 Abril 2024

Universitário, Pan-Americano e Olimpíadas: "A tocha que clareia o coração"

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Os anos 1975 e 1976 deixaram duas belas lembranças na minha vida! A primeira foi em 1975. Quando aluno de Engenharia da Universidade do Amazonas (hoje UFAM), jogando os JUAS - jogos universitários - na modalidade handebol, no Ginásio da Escola Técnica Federal do Amazonas (hoje IFAM).

Durante uma partida entre Ciências Exatas e Ciências Biológicas em determinado momento no contra-ataque, me projetei para dentro da área e o goleiro de biológicas (Evandro), saiu para defender. No choque, ele caiu com os joelhos sobre minha cabeça e desmaiei. 

Os Atletas e o público em geral levaram um tempo para perceber, pois eu tinha o hábito de "fantasiar" as jogadas. Ao perceberem o ocorrido, fui imediatamente atendido e levado ao pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia.

No hospital foi constatado um leve afastamento do osso parietal do occipital (caixa craniana). Nada que um descanso e a diminuição do hematoma na testa, não resolvessem. Voltei ao normal depois de algumas semanas. 

Foi a primeira vez que sofri um grave acidente no esporte, além do que todo atleta tem: contusão, distensão, "rasgadura", "desmintidura" etc.

A segunda boa lembrança foi no ano de 1976. Quando aluno de Comunicação Social da Universidade do Amazonas (hoje UFAM), na área de Ciências Humanas, fui escolhido para conduzir a Tocha Olímpica e ler o juramento do Atleta dos Jogos Universitários. Uma honraria que poucos receberam ao longo da vida.

Muitos e muitos anos passaram. Já jornalista e membro do Conselho Municipal de Esportes, fui um dos escolhidos para conduzir a Tocha dos Jogos Pan-Americanos RIO 2007. Era o número dois. Tive a honra de receber a Tocha 2007, das mãos do consagrado amigo Amadeu Teixeira.

Corri (trotei) por duzentos metros e passei a Tocha ao famoso e querido amigo Zezinho Corrêa. Para mim era o ápice na minha carreira esportiva.

Mas o destino ainda guardava mais uma grande homenagem para mim. Em 2015, em pleno envolvimento preparatório para as Olimpíadas RIO 2016, recebo um documento do Comitê Organizador das Olimpíadas solicitando o meu currículo, para a verificação da possibilidade de me tornar condutor da Tocha Olímpica. Mal pude acreditar!

Imediatamente respondi a solicitação. Durante vários meses, vivi a expectativa de ser um dos selecionados: o que finalmente ocorreu no ano de 2016.

Para nós que vivemos no esporte, fora representar o seu país competindo, nada é mais honroso que conduzir a Tocha dos Jogos Olímpicos. No dia que antecedeu o evento fiz uma tatuagem no meu braço direito (mão da tocha), com a árvore genealógica de meus parentes diretos, iniciando com o meus pais seguidos de irmãos e sobrinhos. Éramos muitos durante a celebração!

O meu lugar para o recebimento da Tocha 2016, foi no início da Ponte dos Ingleses (Avenida Constantino Nery), indo até o Hiper CO (hoje Pátio Gourmet).

No estacionamento tive a honra de passar a Tocha ao Presidente da Coca-Cola do Brasil e lembro que o locutor me perguntou: "Dudu, qual o conselho que você dá ao presidente da Coca-cola?". Respondi: "Deixe que seu coração conduza as suas pernas!".

Estava profundamente emocionado! Vi passar em minha mente, o ciclo de uma vida. Na verdade, só fui saber exatamente o que falei, quando revi as imagens no vídeo, apresentado posteriormente.

Na escalada da vida para mim houve: o início nos Jogos da Universidade do Amazonas (JUAS); em seguida os Jogos Pan-Americanos RIO 2007 e a culminância com os Jogos Olímpicos 2016.

Devo, fundamentalmente, à minha família e algumas pessoas a oportunidade de viver estes momentos. Não conseguirei agradecer, pessoalmente, aos que me conduziram à estes belos momentos. Portanto, com este artigo AGRADEÇO A TODOS que ajudaram no decorrer da minha vida!

Lembrar é sempre reviver a emoção desses belos, representativos e inesquecíveis momentos. Obrigado, meu Deus, por me cercar de pessoas tão maravilhosas.

Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii! 

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 


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