O sol que brilha

Lembro de acompanhar de perto um grupo de dança, cujo nome era Ritmo Quente, comandado por um grande amigo e ótimo dançarino, que estava completando um livro de dez anos de atividades e junto com uma bela companheira chamada Claudia.

Foto: Dudu Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Por Dudu Monteiro de Paula

Na vida, muitas vezes somos surpreendidos com mensagens que nos fazem refletir sobre nosso comportamento passado. No meu trabalho na Rede Amazônica, cheguei a atuar em todas as áreas sociais da vida. Lembro de acompanhar de perto um grupo de dança, cujo nome era Ritmo Quente, comandado por um grande amigo e ótimo dançarino, que estava completando um livro de dez anos de atividades e junto com uma bela companheira chamada Claudia. A gravação do festejo veio precedida de outras matérias, sempre com esta dupla especialmente simpática.

Passados alguns dias, estava eu na redação da TV Amazonas escrevendo sobre as minhas matérias quando fui comunicado de que Claudia tinha chegado e solicitaram que eu a atendesse. Imediatamente fui recebê-la. Na sala da recepção a encontrei bastante emocionada e imediatamente me falou: “Dudu, você é meu pai!”.

Me surpreendi e, olhando nos olhos dela, me coloquei a escutar a história que me contava. “Quando você trabalhava na STAR SHIP (eu era DJ), você conheceu minha mãe e estiveram juntos algumas vezes, e em consequência disso ela ficou grávida e jurou que nunca você saberia. E assim foi feito até que, lamentavelmente, ela veio a óbito. Como sempre quis lhe falar, estou livre para te comunicar. Não quero nada! Tudo que quero é que você saiba”.

Tivemos uma longa conversa e, como tinha que apresentar o Globo Esporte, combinei com ela para encontrá-la no sábado para uma aproximação maior durante um café da manhã. Nos abraçamos longamente e dei um beijo na sua testa. Fiquei ansioso para ouvir mais, além de começar a pensar no que fazer para ajudá-la mais.

Foi uma semana longa, e na sexta-feira recebo um comunicado, um telefonema de alguém que não se identificou, me comunicando que Claudia tinha sofrido um acidente e tinha falecido. Ela estava na parada de ônibus em frente a antiga Universidade de Tecnologia do Amazonas (Utam) e um carro capotou na curva e a atropelou. A pessoa disse mais: que ela já tinha sido enterrada e desligou.

Foi um grande impacto! Foi o fim do início de uma bela história. Hoje, passado tanto tempo, me pergunto: será que ela veio se despedir para concluir um ciclo de vida? Como nada sabia dela, além do que ela me falou, fica para sempre a alegria de tê-la conhecido antes da partida. Sempre a amarei pelo pouco que convivemos como pai e filha. Deus te ilumine.

Foto: Dudu Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Por hoje é só. Semana que vem tem mais! Fuiii!!!

Leia também: O esporte e o jornalismo que me mostraram o que é amizade

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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